r7 -08/11/2023 14:03
A Polícia Federal realiza nesta quarta-feira (8) uma
operação contra pessoas que articulavam promover atos terroristas no Brasil. A
reportagem verificou que duas pessoas ligadas ao grupo Hezbollah foram alvo de mandados de prisão
temporária. Também foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão com o
objetivo de obter provas de possível recrutamento de brasileiros para as
ações extremistas no Brasil.
As prisões ocorreram em São Paulo, onde também foi cumprido
um mandado de busca e apreensão. Os demais mandados foram cumpridos no Distrito
Federal (3) e em Minas Gerais (7).
De acordo com a corporação, recrutadores e recrutados devem
responder pelos crimes de constituir ou integrar organização terroristas e de
realizar atos preparatórios de terrorismo. Juntas, as penas podem chegar a 15
anos e 6 meses de reclusão.
"Os crimes previstos na Lei de Terrorismo são
equiparados a hediondos, considerados inafiançáveis, insuscetíveis de graça,
anistia ou indulto, e o cumprimento da pena para esses crimes se dá
inicialmente em regime fechado, independentemente de trânsito em julgado da
condenação", ressaltou a Polícia Federal.
Segundo fontes consultadas pela reportagem, o grupo
planejava promover atentados contra prédios da comunidade judaica.
O Hezbollah é considerado um grupo terrorista e atua no
Líbano. Foi fundado no início da década de 1980, e a maior fatia de apoio
militar e financeiro é iraniana. A ligação com o Irã aparece já no nome, que
significa "Partido de Alá", ou "Partido de Deus" e foi dado
pelo aiatolá Khomeini.
Segundo o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais,
em 2020 o Hezbollah havia se tornado o ator não estatal mais fortemente armado
do mundo, com pelo menos 130 mil foguetes e mísseis.
O poder financeiro fez com que o Hezbollah entrasse para a
política libanesa ao concorrer a cargos públicos pela primeira vez em 1992,
conquistando postos importantes no governo e no setor econômico do país desde então.
O Hezbollah tem algum apoio dentro do Líbano, principalmente
dos xiitas, mas a maioria da população não endossa suas ações.