g1 -12/09/2023 19:41
Mais de 5,3 mil pessoas morreram na Líbia após uma
tempestade atingir o país no domingo (10), informou a agência de notícias do
país.
Um representante do Crescente Vermelho, equivalente à Cruz Vermelha nos
países de maioria islâmica, afirmou que cerca de 10 mil pessoas estão
desaparecidas.
“Os corpos estão por toda parte - na água, nos vales, sob os
edifícios", disse Hichem Chkiouat, ministro da Aviação Civil e também
integrante do Comitê de Emergência criado após as enchentes.
As informações divulgadas pelo governo e órgãos líbios podem
não ser precisas porque, desde 2011, o país está politicamente dividido entre
leste e oeste. Por conta disso, os serviços públicos entraram em colapso. O
governo internacionalmente reconhecido em Trípoli não controla as áreas
orientais, o que dificulta a obtenção de dados na região.
A cidade de Derna, de 125 mil habitantes, foi uma das mais
atingidas. Derna fica na costa da Líbia e é cortada ao meio por um rio sazonal.
Duas barragens nesse rio foram rompidas pela força da água.
Devido à tempestade, as ruas foram tomadas pela água, casas
foram inundadas, edifícios foram destruídos, carros acabaram virados e
moradores foram arrastados.
A tempestade mediterrânea Daniel que atingiu a Líbia no
domingo (10) também afetou as cidades de Benghazi, Sousse, Al Bayda e
Al-Marj.
Antes de chegar à Líbia, a tempestade Daniel levou estragos
à Grécia, Turquia e Bulgária.
A tempestade agora está sobre o Egito. A intensidade das
chuvas e do vento diminuiu, mas mesmo assim preocupa as autoridades, que
colocaram o país em alerta.
A Líbia pediu ajuda internacional para se recuperar da
tragédia. Países como os Estados Unidos e a Turquia enviaram aviões com
suprimentos para o país africano.
Regime parlamentarista da Líbia
A Líbia vive um regime parlamentarista instituído na cidade
de Tripoli, capital do país, sob a chancela de Abdulhamid al-Dbeibah. O governo
é consequência de uma revolta popular mobilizada em 2011 com apoio da Otan
contra o então líder Muammar Gaddafi.
Isso porque, em 2014, o país se dividiu em duas frentes: uma
alinhada à Otan, que é reconhecida internacionalmente, e outra liderada por
Osama Hamad, que controla o leste do país.
Em 2021, al-Dbeibah foi escolhido primeiro-ministro com a premissa de realizar novas eleições para todo o país. No entanto, a votação ainda não ocorreu por conta de desentendimentos entre os grupos acerca das regras do pleito.