noticias ao minuto -09/08/2025 17:47
As declarações de Trump resultaram em uma troca de
comunicados entre as diplomacias dos dois países. O embaixador dos Estados
Unidos no México, Ronald Johnson, divulgou uma declaração em resposta a um
primeiro comunicado do Ministério das Relações Exteriores do México, no qual
Washington reafirmou seu interesse em continuar “trabalhando de forma
colaborativa com o governo da presidente Claudia Sheinbaum para enfrentar essa
ameaça com a seriedade que ela exige”.
Johnson destacou que “não se trata de os Estados Unidos
agirem sozinhos, mas sim de construir uma frente conjunta e inabalável com o
México para defender nossos cidadãos, desmantelar as redes dos cartéis e
garantir que as únicas pessoas que devam temer pelo seu futuro sejam aquelas
que lucram com o assassinato, a dependência e o caos”.
Em reação à declaração, o Ministério das Relações Exteriores
do México afirmou que ambos os países “concordam” que a cooperação deve ocorrer
“com o respeito irrestrito” às soberanias.
“Cada um deve trabalhar dentro do seu próprio país para
combater as causas que provocam a dependência e a violência decorrente do
tráfico ilegal de drogas e armas”, acrescentou a chancelaria mexicana.
O ministério também reforçou que a parceria entre as nações
“baseia-se nos princípios da confiança mútua, responsabilidade compartilhada,
igualdade soberana, respeito pela integridade territorial e cooperação sem
subordinação”.
A chancelaria explicou ainda que o México possui uma
Estratégia Nacional de Segurança para construir a paz com justiça, abordando as
causas estruturais que fomentam a violência e avançando para que haja
“impunidade zero”.
“O México continuará trabalhando de forma coordenada com os
Estados Unidos. Em especial, no combate ao tráfico ilícito de drogas e armas,
que é fundamental para reduzir a violência (...). Há meses trabalhamos em um
acordo de segurança baseado nesses princípios: colaboração e respeito pela
soberania”, acrescentou.
O governo mexicano concluiu reiterando que “o México não
aceitará a participação de forças militares americanas” em seu território.
Nesta sexta-feira, durante sua coletiva diária, a presidente
Claudia Sheinbaum afirmou que os Estados Unidos não irão “invadir” o território
mexicano com militares, após o New York Times ter noticiado que Donald Trump
planeja assinar uma ordem executiva instruindo o Pentágono a usar força militar
contra cartéis de drogas na América Latina.
Desde seu retorno à Casa Branca, o presidente
norte-americano tem feito do combate ao tráfico de fentanil nos Estados Unidos
uma de suas principais bandeiras, enfatizando que a substância é produzida
majoritariamente por cartéis mexicanos a partir de insumos provenientes da
China.
Em resposta ao impacto da droga no país, que já causou um
elevado número de mortes, a administração Trump classificou, em fevereiro, como
organizações terroristas os seis principais cartéis mexicanos: Sinaloa, Jalisco
Nueva Generación (CJNG), Noreste, Golfo, Cárteles Unidos e Nueva Familia
Mexicana.