noticias ao minuto -15/04/2025 23:38
Um jovem de aproximadamente 20 anos foi resgatado com vida
dos escombros de um hotel em Naypyidaw, capital de Mianmar (antiga Birmânia),
na madrugada desta quarta-feira (horário local), cinco dias após o terremoto
devastador que atingiu o país e causou pelo menos 2.700 mortes. O resgate
aconteceu por volta de 0h30, horário local.
Segundo o Corpo de Bombeiros de Mianmar, que comemorou o
feito nas redes sociais, o jovem conseguiu sobreviver por cerca de 120 horas
sob os destroços. “Um recorde conseguir escapar com vida após tanto tempo”,
escreveram os socorristas. As imagens do resgate, amplamente compartilhadas nas
redes sociais, mostram os bombeiros retirando o rapaz de um buraco no solo,
usando cordas, e colocando-o imediatamente em uma maca.
Infelizmente, uma segunda pessoa que estava soterrada no
mesmo local não resistiu aos ferimentos.
De acordo com a agência Associated Press, o chefe da junta
militar de Mianmar, general Min Aung Hlaing, informou que até agora foram
contabilizadas 2.719 mortes, 4.521 feridos e 441 pessoas seguem desaparecidas.
Os esforços de resgate continuam com a participação de 25 equipes de busca de
13 países, numa corrida contra o tempo para encontrar sobreviventes.
Especialistas afirmam que, após 72 horas, as chances de sobrevivência diminuem
drasticamente — embora ainda haja casos de pessoas resgatadas após cinco ou
seis dias.
O terremoto também causou estragos na Tailândia, onde um
prédio em construção desabou em Bangcoc, soterrando dezenas de trabalhadores.
Pelo menos 29 pessoas morreram e outras 34 ficaram feridas, sendo 22 no local
do desabamento. Cerca de 70 pessoas seguem desaparecidas, sem sinais de vida
nas últimas 24 horas.
"Esta é uma operação centrada em salvar vidas. Sabemos
que 72 horas é o limite em muitos resgates, mas há relatos de pessoas
sobrevivendo até seis dias", disse o governador de Bangcoc, Chadchart
Sittipunt.
Apesar da guerra civil em andamento em Mianmar desde o golpe
militar de 2021, a Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou na terça-feira (2)
que tem conseguido prestar ajuda humanitária nas regiões afetadas, sem
bloqueios impostos pelas forças em conflito.
No entanto, uma tentativa de cessar-fogo temporário proposta
pela aliança rebelde composta pelo Exército de Libertação Nacional de Taang, o
Exército Arakan e o Exército da Aliança Democrática Nacional foi rejeitada pelo
governo militar. Em discurso oficial, Min Aung Hlaing afirmou que “alguns
grupos armados estão se reorganizando e treinando para futuros ataques” e que,
por isso, o Exército continuará com “operações defensivas”.
O terremoto, de magnitude 7,7, ocorreu na sexta-feira (29) e
teve epicentro a cerca de 17 quilômetros da cidade de Mandalay, uma das maiores
do país, com mais de 1 milhão de habitantes. A profundidade foi de 10 quilômetros,
contribuindo para a intensidade dos danos.
As autoridades seguem trabalhando em meio a cenários de
destruição e luto, com milhares de pessoas desabrigadas e hospitais
sobrecarregados. A comunidade internacional monitora a situação e envia apoio
para auxiliar nas operações de resgate e reconstrução.