O Exército israelense lançou, nesta segunda-feira (18), uma operação militar no Hospital Al Shifa, o maior de Gaza, ordenando que a população da região se desloque para o sul do território palestino.

Aproximadamente 30 mil pessoas estão abrigadas no hospital, disse o Ministério da Saúde palestino em Gaza, que é controlado pelo Hamas.

Hamada Abdelhadi, um palestino deslocado que está no Al Shifa, disse à CNN que veículos militares israelenses e escavadeiras estão “demolindo e escavando as bordas externas dos pátios do hospital”.

“Os veículos militares estão disparando contra as janelas dos edifícios do hospital e contra qualquer pessoa que seja pega movimentando-se entre os corredores”, disse Abdelhadi.

“Recebemos ordens de permanecer dentro do hospital até novo aviso”, acrescentou, dizendo que a maioria das pessoas hospitalizadas estão deslocadas e feridas, e são mulheres e crianças.

“Os gritos de mulheres e crianças não pararam. A cada projétil de artilharia disparado, há mais gritos”, disse ele. “Não há palavras para descrever o medo que estão sentindo agora”, acrescentou.

Enquanto conversava com ele por telefone, podiam ser ouvidos ataques. Segundo Abdelhadi, a operação militar israelense começou por volta das 2h, horário local.

“Aconteceu de repente. Pessoas que estavam nas dependências do hospital foram alvejadas. Algumas pessoas foram mortas e outras feridas. E os cadáveres foram retirados pelas forças israelenses”, disse ele, acrescentando que “várias pessoas foram presas”.

Na manhã desta segunda-feira, as FDI anunciaram que lançaram uma operação militar na área do hospital Al Shifa, em Gaza, com base na inteligência de que o hospital está sendo usado por “terroristas seniores do Hamas”, de acordo com um comunicado na manhã de segunda-feira.

A CNN não pôde verificar a afirmação de forma independente.

Os militares israelenses ordenaram que todas as pessoas próximas ao Complexo Médico Al-Shifa, no bairro de Al-Rimal, na cidade de Gaza, evacuassem para o sul do território.

As pessoas na área estão sendo instruídas a se mudarem para a “zona humanitária” de Al-Mawasi, disse o porta-voz das FDI, Avichay Adraee.

Os militares de Israel também atacaram Al Shifa, o maior complexo médico de Gaza, em novembro. As FDI têm visado frequentemente os hospitais de Gaza desde 7 de outubro, acusando o Hamas de utilizar instalações médicas como fachada para as suas operações – o que o grupo nega.