cnn -13/05/2025 18:00
O que começou como um comício festivo rapidamente se
transformou em uma cena de terror no estado mexicano de Veracruz: na noite do
último domingo (11), a candidata a prefeita Yesenia Lara Gutiérrez foi morta a
tiros junto a outras três pessoas.
Uma transmissão ao vivo no Facebook flagrou o caso. A live
mostrou Gutiérrez cumprimentando os moradores enquanto caminhava pelas ruas do
município de Texistepec, cercada por uma caravana de apoiadores.
A multidão foi vista sorrindo e cantando, até que tiros
foram ouvidos repentinamente fora das câmeras, abafando os aplausos. Cerca de
20 tiros foram ouvidos no vídeo, que ainda estava disponível na página de Lara
no Facebook no dia seguinte.
A presidente mexicana, Claudia
Sheinbaum, confirmou o ataque durante uma coletiva de imprensa matinal na
segunda-feira (12), mas disse que ainda não tinha informações sobre a motivação
do caso.
Sheinbaum acrescentou que o governo está em coordenação com
autoridades estaduais de Veracruz e ofereceu apoio federal, se necessário,
incluindo contato com a procuradoria-geral do Estado.
“Estamos em coordenação, principalmente com a Secretaria de
Segurança, e com todo o apoio necessário durante este período eleitoral de
Veracruz e Durango”, disse a presidente, referindo-se às próximas eleições de
1º de junho nos dois estados.
Posicionamento sobre o caso e promessa de justiça
A candidata a prefeita integrava o partido Morena, do qual a
presidente Sheinbaum faz parte, e está entre as quatro pessoas mortas no
tiroteio, segundo o gabinete do procurador-geral do estado.
Outras três pessoas ficaram feridas, e as autoridades
abriram uma investigação prometendo justiça.
“Nenhum cargo ou função vale a vida de uma pessoa.
Encontraremos os responsáveis por este assassinato covarde do candidato de
Morena e seus apoiadores em Texistepec”, destacou a governadora de Veracruz,
Rocío Nahle, no X.
A CNN entrou em contato com o partido Morena, o
Ministério Público e a Câmara Municipal de Texistepec para obter mais
informações.
Outros ataques a candidatos no México
Ataques a candidatos políticos são
comuns durante campanhas eleitorais no México.
No ano passado, o país registrou um número recorde de
vítimas de violência político-criminal, com a Data Cívica, uma organização de
direitos humanos, relatando 661 ataques a pessoas e instalações. Muitas das
vítimas ocupavam ou concorriam a cargos municipais.
Em maio de 2024, o candidato a prefeito Alfredo Cabrera foi
morto durante uma parada de campanha no estado de Guerrero, no sul do país, em
um tiroteio registrado em vídeo.
Dias depois, Yolanda Sánchez Figueroa, a prefeita de Cotija,
no estado de Michoacán, foi
morta a tiros enquanto caminhava de uma academia de ginástica de volta
para casa com seu guarda-costas.
Já em outubro, Alejandro Arcos Catalán, prefeito de
Chilpancingo, capital de Guerrero, foi morto menos de uma semana depois de
assumir o cargo.