cnn -29/03/2024 19:22
Ao menos 42 soldados sírios e combatentes do Hezbollah morreram
em um ataque israelense nesta sexta-feira na região de Aleppo, norte do país,
informou a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
A organização, que tem sede no Reino Unido e conta com uma
ampla rede de fontes na Síria, afirmou
que o ataque tinha como alvos "depósitos de mísseis do Hezbollah". O
movimento libanês é aliado do regime sírio, do grupo terrorista palestino Hamas
e do Irã, todos inimigos de Israel.
Este é o maior balanço de mortos no Exército sírio por um
ataque israelense desde o início, em outubro, da guerra na Faixa de Gaza
entre Israel e
o Hamas, segundo o OSDH.
Desde o início do conflito, o Hezbollah, em
solidariedade com os terroristas do Hamas, ataca quase diariamente alvos no
norte de Israel a
partir do sul do Líbano.
O Hezbollah é
um grupo de muçulmanos xiitas do Líbano que têm um partido com representação no
Legislativo do país e um braço armado. Historicamente apoiados pelo Irã, eles
têm enfrentado as forças israelenses ao longo da fronteira entre Líbano e Israel.
Israel responde
aos ataques do Hezbollah com
operações contra alvos em território libanês: as mais recentes atingiram áreas
a mais de 100 quilômetros da fronteira.
Além disso, o Exército israelense intensificou os ataques
contra elementos pró-Irã na Síria, país onde atacou
muitos alvos desde o início, em 2011, de uma guerra civil.
Há algumas semanas, Israel anunciou que
atacou "quase 4.500 alvos do Hezbollah" no Líbano
e na Síria desde
o início da guerra com o Hamas em Gaza. Também nesta sexta-feira, o Exército
israelense anunciou que matou um comandante da unidade de mísseis e foguetes do
movimento Hezbollah no
sul do Líbano, Ali Abdel Hassan Naim.
Irã condena e Israel não comenta
O OSDH anunciou um balanço de 36 militares sírios e seis
combatentes do Hezbollah mortos,
além de dezenas de feridos, no ataque, que aconteceu em uma área próxima ao
aeroporto de Aleppo.
Uma fonte militar síria, citada pela agência
oficial de notícias Sana, relatou "vários mortos e feridos, entre civis e
soldados", em um ataque israelense contra posições do Exército nas
imediações de Aleppo.
Na madrugada de sexta-feira, também ocorreram ações
direcionadas contra fábricas que dependem do Ministério da Defesa sírio em Safira,
perto de Aleppo, mas que agora estão sob o controle de grupos pró-Irã, segundo
o OSDH.
Procurado pela AFP em Jerusalém, o Exército israelense
afirmou que não comenta informações divulgadas por meios de comunicação
estrangeiros.
O porta-voz da diplomacia iraniana, Naser Kanani, denunciou
"uma violação da soberania e da integridade territorial da Síria, assim como uma grave
ameaça à paz e segurança regional e internacional".
O Hezbollah tem
integrantes na Síria que
apoiam o presidente Bashar al Assad na guerra civil deste país e continuam
operando para proteger suas linhas de abastecimento com o Irã.
Teerã afirma que sua presença na Síria é limitada ao
trabalho de conselheiros militares.
Na quinta-feira, um ataque atingiu um imóvel residencial nas
imediações de Damasco e deixou pelo menos dois mortos, informou a agência
oficial Sana, que atribuiu a ação a Israel.
Em 19 de março, bombardeios israelenses atingiram depósitos
de armas de Hezbollah nos
arredores da capital síria.