folhapress -04/04/2024 22:14
Clayton Santos, um dos cinco amigos que estavam com Robinho
na noite em que ele, no entendimento da Justiça italiana, participou do estupro
coletivo de uma jovem albanesa em uma boate em Milão, em 2013, disse que a
prisão do ex-jogador é uma injustiça e que a relação sexual foi consentida.
"O Robinho está preso injustamente. Ele não cometeu
esse crime", afirmou, em entrevista ao UOL.
Santos negou a versão da vítima de que o grupo de amigos
tenha colocado algum tipo de entorpecente em sua bebida para deixá-la
inconsciente. Disse também que a mulher tinha plena consciência do que estava
fazendo durante o ato sexual.
"O Robinho não estuprou ninguém, os amigos do Robinho
não estupraram ninguém. Participamos de uma orgia, com a consciência de todo o
mundo."
Em áudios gravados pela polícia que fizeram parte do
material do processo que condenou o brasileiro, no entanto, o ex-jogador admitiu
que ela estava inconsciente. "Por isso que eu estou rindo, eu não estou
nem aí. A mina estava extremamente embriagada, não sabe nem quem que eu
sou", disse o ex-jogador.
Santos sugeriu, ainda, que a mulher tenha feito as acusações
por interesses financeiros. Segundo ele, o grupo caiu em uma armadilha.
"Eu acredito muito que ela encontrou uma oportunidade de mudar a vida dela
e cometeu esse ato um pouco impensado que destruiu a vida do Robinho."
O ex-jogador foi preso no dia 21 de março para cumprir no
Brasil a pena de nove anos de prisão a que foi condenado pela Justiça italiana.
Segundo a investigação do Ministério Público italiano,
Robinho e outros cinco homens praticaram violência sexual de grupo contra a
vítima, que, embriagada e inconsciente, foi levada para o camarim do
estabelecimento, onde foi estuprada várias vezes. O brasileiro sempre negou o
crime.
Um dos amigos de Robinho, o motorista Ricardo Falco, também
foi condenado e tem um processo em curso no STJ (Superior Tribunal de Justiça),
correndo o risco de, assim como o ex-jogador, ter de cumprir a pena no Brasil.
Por terem deixado a Europa poucos dias após a noite do
crime, os outros quatro homens acusados -Rudney Gomes, Clayton Santos,
Alexsandro da Silva e Fabio Galan- não puderam ser notificados, e o caso deles
foi desmembrado do processo. Eles não foram julgados e tampouco condenados pela
Justiça do país europeu.
Robinho foi condenado na Itália em primeira instância em
2017. Em 2020, em segunda instância. Em 2022, na terceira e última instância.
Desde então, o ex-jogador não saiu do Brasil para não ser
preso pela Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal). O STJ,
contudo, acatou o pedido da Itália para que o ex-atleta cumpra sua pena no
Brasil. Inicialmente, o país europeu demandou a extradição de Robinho, mas a
legislação impede que isso ocorra com brasileiros natos.