hernandes dias lopes -09/07/2023 09:25
“Assim como o homem pensa, assim ele é” (Pv 23.7).
O cirurgião plástico e psicólogo Maxwell Maltz diz que
nossos pensamentos são o piloto da nossa alma. Salomão, no texto em epígrafe,
diz que assim como o homem pensa, assim ele é. Já o psicólogo cristão Lawrence
Crabb Jr. diz que nossos pensamentos determinam nosso comportamento e nosso
comportamento norteia os nossos sentimentos.
J. B. Carvalho, no seu livro “Metanoia” faz menção ao livro
de Daniel Goleman, “Foco” e destaca os quatro níveis de consciência:
inconsciência ignorante, conscientemente ignorante, conhecimento consciente e
conhecimento inconsciente. Vamos examinar esses quatro níveis de consciência.
Em primeiro lugar, a incompetência
inconsciente. Você não sabe, e não sabe que não sabe. Há pessoas que vivem
alienadas a tal ponto de nada saberem. Além de não saberem, não têm sequer
consciência de sua ignorância. Vivem numa redoma aparentemente confortável de
sua ignorância plena.
Baseado na máxima de Salomão, que o homem é o que ele pensa,
aqueles que não sabem e não sabem que não sabem, vivem no mais baixo nível de
conhecimento, ou melhor, envoltos num pleno desconhecimento. A incompetência
inconsciente é uma acomodação crônica, um estágio de vegetação intelectual, uma
desistência do exercício de pensar.
Em segundo lugar, a incompetência
consciente. Você não sabe, mas sabe que não sabe. O sábio é aquele que tem
consciência de sua limitação. Ele não faz propaganda de si mesmo nem toca
trombeta acerca de seu conhecimento e de seus feitos. A arrogância intelectual
é uma evidência inconteste da ausência de sabedoria. Lata vazia é que faz
barulho.
O restolho que só tem palha e sabugo é que fica empinado sem
jamais se curvar. Aqueles que sabem têm plena consciência de que pouco ou quase
nada sabem. Têm certeza de que aquilo que não sabem é infinitamente maior do
que o que sabem. Altivez intelectual não passa de propaganda enganosa num
invólucro de sapiência.
Em terceiro lugar, a competência
consciente. Você sabe, e sabe que sabe. É possível saber e saber que se
sabe. Porém, aqueles que têm competência consciente, sabem que o que sabem não
é um saber abrangente, mas limitado. É impossível saber tudo de forma ampla e
profunda. Só Deus é onisciente. Nosso saber é raso, fragmentado e parcial.
Por mais profundo que seja o nosso conhecimento, há ainda
profundezas a serem exploradas. O saber é uma mina inesgotável, não totalmente
explorada, onde se escondem tesouros inestimáveis. Por outro lado, a
competência consciente livra o homem da falsa humildade. Seu saber, embora não
absolutamente exaustivo, é consciente. No âmbito que lhe compete, ele domina.
Seu saber é suficiente para ele aquietar sua própria alma e ainda ensinar aos
outros o fruto de suas investigações. É por isso que aqueles que conhecem a
Verdade, e a Verdade é Cristo, não podem calar sua voz.
Em quarto lugar, a competência
inconsciente. Você sabe, mas não sabe como sabe. O último estágio desse
processo mental ocorre quando você sabe, mas não têm total clareza do todos os
mecanismos envolvidos no processo desse aprendizado. Aprendemos com o que
ouvimos, vemos, tocamos, observamos e experimentamos.
Nossa mente tem janelas abertas para o aprendizado. Os
mestres do saber estão ao nosso redor. Feliz aquele que tem ouvidos para ouvir.
Nosso cérebro é elástico e resiliente. Pode mudar e crescer novamente. É sempre
capaz de aprender. Quando mudamos a forma de pensar, mudamos nossa atitude. Por
isso, o apóstolo Paulo diz que devemos pensar nas coisas lá do alto.
Aqueles que assim procedem buscam em primeiro lugar o reino
de Deus e a sua justiça. Quando os pensamentos de Deus governam os nossos
pensamentos, então, deixamos de lado as ideias destrutivas para nos conectarmos
com a cosmovisão divina. Não alugue, portanto, sua mente para inquilinos
destruidores. Hospede em sua mente a Verdade e ela conduzirá você pelas veredas
iluminadas da santidade e da felicidade.