O medo é mais que um sentimento, é um atormentador da alma, um carcereiro da paz. O veterano apóstolo Paulo afirmou que Deus não nos deu espírito de medo, mas de poder (2Tm 1:9). O medo tem o poder congelar o sangue em nossas veias e paralisar nossos passos.

O medo superdimensiona os problemas e apequena nossas possibilidades. O medo é o filho bastardo da incredulidade. Quem teme não crê. O medo, também, não pode conviver com o amor, pois o verdadeiro amor lança fora todo medo.

O medo, porém, é uma realidade da experiência humana. Davi, lida com o assunto de forma empírica, pois enfrentou várias situações, quando o medo assaltou seu coração. Por mais de dez anos foi perseguido pelo rei Saul. Depois precisou lidar com uma conspiração de seu filho Absalão, que queria tirar-lhe a vida e tomar seu trono.

Embora Davi tenha conquistado os inimigos à volta, enfrentou graves problemas na família e com aliados. Diante de tantos perigos, Davi afirmou: “Em me vindo o temor, eu hei de confiar em ti” (Sl 56:3). O medo tenta enfiar seus tentáculos em nós sempre que lidamos com uma situação maior do que nossas forças. Somos frágeis e limitados.

Não podemos resistir a uma coalisão de inimigos que rosnam contra nós, com fúria indomável tentando nos devorar. Nessas horas que o medo tenta nos paralisar, precisamos confiar em Deus.

Se os nossos olhos estiverem focados em nossa fraqueza ou na truculência dos nossos inimigos, ficaremos atordoados. Se tirarmos nossos olhos do Senhor para colocá-los nas circunstâncias medonhas, ficaremos desesperados. Se duvidarmos das promessas de Deus para olharmos para a altura dos gigantes que nos ameaçam, ficaremos apequenados.

Mas se o medo vier nos sitiar e nos encurralar por todos os lados, devemos correr para debaixo das asas do Altíssimo até passar as calamidades (Sl 57:1). Se o medo quiser nos trancar na masmorra da derrota, devemos confiar no Senhor. Ele é o nosso alto refúgio. Ele é nossa torre de livramento.

Nossos inimigos podem ser muitos e até poderosos, mas não podem prevalecer sobre o Todo-poderoso Deus. O nosso socorro não vem da nossa força física. Não procede dos nossos recursos materiais nem mesmo da nossa sabedoria humana. O nosso socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra (Sl 121:1,2).

Sabendo Deus que somos susceptíveis ao medo, repete e repete reiteradas vezes o mandamento: “Não temas”. O Senhor não apenas nos ordena a não termos medo, mas, também, é o remédio eficaz para debelar o nosso medo. Se Deus é por nós, quem será contra nós?

Se ele é o nosso socorro, quem pode se insurgir vitoriosamente contra nós? Se ele luta as nossas batalhas, quem pode prevalecer contra nós? Se ele é o nosso defensor quem pode prevalecer contra nós no supremo pretório celestial? Não sucumba ao medo. Confia em Deus. Agasalhe-se sob as asas do Onipotente!