hernandes dias lopes -06/07/2025 00:16
“Lançando sobre ele [Deus] toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1Pe 5:7)
A ansiedade assola pessoas de todas as faixas etárias, de
todos os estratos sociais, de todos os níveis intelectuais e do todos os credos
religiosos. Há níveis diferentes de ansiedade. Há indivíduos mais afetados do
que outros. De acordo como o psicólogo Rollo May, a ansiedade é o mal deste
século. O texto em epígrafe enseja-nos quatro lições:
Em primeiro lugar, a ansiedade é uma realidade na vida do cristão. O
apóstolo Pedro escrevendo aos forasteiros da dispersão admite que a ansiedade é
uma realidade que atinge o povo de Deus. Os destinatários da carta de Pedro
eram pessoas cujas propriedades foram confiscadas, que viviam perambulando pelo
mundo, perseguidas pela truculência de um regime opressor. Nessa amarga
situação adversa, não há na fala do apóstolo qualquer negação da realidade nem
mesmo dos efeitos deletérios da ansiedade.
O cristão está sujeito à depressão, ao estresse e à
ansiedade. Depressão é excesso de passado, estresse é excesso de presente e
ansiedade é excesso de futuro. Ficamos ansiosos quando temos medo do amanhã,
quando sofremos por alguma coisa que ainda não está acontecendo, ou quando
hiperdimencionamos os problemas e apequenamos nossa confiança em Deus.
Em segundo lugar, a ansiedade é um fardo pesado. A ordem de lançar sobre
Deus toda a nossa ansiedade transmite a ideia de que a ansiedade é um fardo
pesado, que nos esmaga. Não podemos carregar esse peso sozinhos tampouco
precisamos levá-lo estribados em nossa própria força. A palavra ansiedade
significa “estrangulamento, puxar em direção oposta, tirar o oxigênio”.
A ansiedade é inútil, pois não pode acrescentar sequer
alguns centímetros ao curso da nossa vida. A ansiedade é prejudicial, pois não
nos fortalece para enfrentar os problemas, antes, drena nossas energias e nos
fragiliza ainda mais. A ansiedade é um sinal de incredulidade, pois são aqueles
que não conhecem a Deus que se preocupam com o que vão comer, beber e vestir.
Devemos, antes, buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a
sua justiça, sabendo que as demais coisas nos serão acrescentadas. Se Deus
cuida dos pássaros e das plantas, e se valemos mais do que aves e plantas,
certamente, Deus cuidará de nós.
Em terceiro lugar, a ansiedade pode ser lançada sobre Deus. O apóstolo
Pedro recomenda a tirarmos essa mochila pesada das costas, a lançarmos esse
farado pesado da ansiedade sobre Deus. Nós não temos forças suficientes para
enfrentarmos todas as ameaças da ansiedade, mas Deus é poderoso para aliviar
nossa bagagem. Aquele que sustenta o universo pode levar nosso fardo.
Quando depositamos nossos medos, angústias e ansiedade aos
pés do Senhor não só ficamos aliviados, mas, também, podemos prosseguir a
jornada da vida, sabendo que o jugo de Jesus é suave e o seu fardo é leve. O
Senhor veio não para nos escravizar, mas para nos libertar. Veio não para nos
oprimir, mas para refrigerar nossa alma. Veio não para nos colocar debaixo de
um tacão cruel e pesado, mas para nos dar vida e vida em abundância.
Em quarto lugar, a ansiedade tem solução no cuidado divino. O apóstolo
Pedro esclarece que a podemos ficar livres da ansiedade, porque Deus tem
cuidado de nós. Ele se compadece de nós em nossa fraqueza e nos assiste. Ele
toma o nosso fardo e o carrega por nós. Ele nos conhece completamente e mesmo
assim nos ama com amor eterno. Ele como um Pai, nos carrega no colo e enxuga
nossas lágrimas. Ele nos levanta, tonifica as musculaturas da nossa alma e nos
enche de esperança e gozo. Ele perdoa nossos pecados e coloca um cântico de
vitória em nossos lábios. Ele nos guia com seu conselho eterno e nos recebe na
glória.