Rev. Hernandes Dias Lopes -11/08/2024 12:13
Político honesto é um problema. É um problema para o sistema
corrupto. E isso, desde as mais priscas eras. O livro de Daniel retrata bem
essa triste realidade. Daniel foi um jovem íntegro e temente a Deus, um
político incorrupto e eficiente, um líder sábio e corajoso, que jamais negociou
seus princípios e valores.
Ele foi primeiro-ministro na Babilônia e foi maior que a
Babilônia. Esse grande império, mesmo com sua megalomania, caiu nas mãos do
império medo-persa, mas Daniel permaneceu de pé. Ele foi grande na Babilônia e
maior ainda no império medo-persa.
Dario I o constituiu governador ao lado de outros dois
governadores, para fiscalizarem os cento e vinte sátrapas espalhados em todas
as províncias. O regime havia mudado, mas não a cultura da corrupção. No regime
descentralizado do novo império, era preciso fiscalizar com mais rigor, para
que as riquezas do império não caíssem no ralo da corrupção.
Inobstante esses cuidados preventivos, a corrupção continuou
correndo solta. Por causa de seus predicados morais, o rei tencionava colocar
Daniel acima dos outros governadores. Isso incomodou o sistema. A integridade
de Daniel era uma pedra no sapato dos corruptos. Então o sistema começou a se
mexer.
Viraram a vida de Daniel pelo avesso. Reviraram seu passado.
Investigaram seu presente. Devassaram sua vida. Abriram todos os cofres da sua
história, apenas para constatarem que Daniel era um político honesto. Nada
encontraram de errado para denunciá-lo. Sua vida era irrepreensível. Seu
caráter era impoluto. Sua conduta era ilibada.
Então tramaram contra Daniel na sua vida religiosa. Foram ao
rei Dario, cobrindo-o de bajulação. Propuseram ao rei ocupar o lugar da
divindade por um período definido. Sabiam que Daniel sendo fiel ao seu Deus,
jamais poderiam acusá-lo senão armando contra ele, na área de sua fé.
Sugeriram ao rei baixar um edito que, qualquer pessoa que
fizesse súplicas a qualquer divindade, exceto ao rei, em toda a extensão do
império, que deveria ser lançada na cova dos leões. O rei, picado pela mosca azul
da vaidade, assinou o edito irrevogável na lei dos medos e dos persas. Daniel,
mesmo sabendo que estava proibido de orar ao seu Deus, não hesitou.
Com janelas abertas para as bandas de Jerusalém manteve sua
vida de oração inalterada. Era tudo que seus adversários políticos precisavam
para denunciá-lo ao rei Dario. O rei percebeu que tinha sido vítima de uma
armação, alimentada por um esquema corrupto. Porém, não podia retroceder.
Daniel foi lançado na cova dos leões, mas Deus estava com Daniel na cova da
morte para livrá-lo. Os corruptos foram desmascarados e lançados aos leões e
devorados pelas bestas feras.
Um político honesto sobrevive aos ataques covardes dos
corruptos, porque nada é mais poderoso do que a mentira, exceto a verdade. A
verdade pode ser amordaçada e castigada por um tempo, mas sempre vence. A
honestidade pode ser atacada por muitos adversários, mas sempre prevalece.
A integridade pode ser ferroada pelo veneno da maldade, com
a fúria dos escorpiões do deserto, mas sobrevive. Daniel triunfou sobre seus
inimigos e seu compromisso inegociável com a integridade com a coisa pública,
como o lábaro da integridade, tremulou no mastro do império medo-persa.
O Brasil precisa de políticos honestos que ousem peitar o
sistema, que estejam dispostos a sofrer quaisquer retaliações sem se dobrarem
aos interesses subterrâneos dos paladinos da corrupção, travestidos de
beneméritos da nação.
Que novos Daniéis se levantem nesse tempo, a fim de que a corrupção não se aninhe jeitosamente em nosso país! Que o Brasil seja salvo dos políticos corruptos e que nossa terra marche resoluta e sobranceira com ordem e progresso, a fim de que a verdade triunfe sobre a mentira, a justiça prevaleça sobre a injustiça e o sol da liberdade ilumine a todos os brasileiros.