Rev. Hernandes Dias Lopes -06/08/2023 11:13
O Salmo 19 destaca, com beleza invulgar, a poderosa voz de
Deus, procedente da criação e oriunda das Escrituras. A primeira revelação de
Deus é dirigida aos olhos e a segunda aos ouvidos. A criação, sem qualquer
discurso, enaltece o poder de Deus e as Escrituras, com sua voz eloquente,
exaltam a sua graça.
Nos versículos 7 a 9, Davi menciona seis predicados das
Escrituras, a Palavra de Deus.
Em primeiro lugar, a Palavra de Deus é
perfeita (Sl 19.7). Ela é perfeita porque não contém erro nem contradição.
É inspirada, inerrante, infalível e suficiente. Porque procede de Deus, ela não
pode falhar. Mesmo sendo alvo de perseguição atroz, mesmo sendo lançada tantas
vezes nas fogueiras da intolerância, mesmo sendo alvo de ataques tão ácidos, a
Palavra de Deus permanece irrefutável, fazendo sua marcha sobranceira e
vitoriosa.
Em segundo lugar, a Palavra de Deus é fiel (19.7).
A Palavra de Deus é fiel em seus registros, em sua natureza e em seu propósito.
É fiel quando fala de Deus, de seus atributos e de suas obras. É fiel quando
fala do homem, sua criação, queda e redenção. É fiel quando trata do plano
eterno de Deus, que nos escolheu em Cristo, antes dos tempos eternos, para
vivermos em santidade. É fiel quando fala da consumação de todas as coisas,
quando Cristo colocará todos os seus inimigos debaixo de seus pés e reinará
vitoriosamente com sua igreja, pelos séculos sem fim.
Em terceiro lugar, a Palavra de Deus é
reta (19.8). A Palavra de Deus é reta quando fala da onipotência de Deus e
da fraqueza humana. Ela é reta quando retrata a majestade de Deus e a
fragilidade dos impérios humanos. Ela é reta no sentido de não ter dois pesos e
duas medidas, quando fala do povo de Deus, pois registra tanto nossas virtudes
como nossos pecados. A Palavra de Deus não faz contornos para agradar aos
homens nem contemporiza a verdade para tornar-se mais palatável aos pecadores.
Em quarto lugar, a Palavra de Deus é pura (19.8,9).
A Palavra de Deus é pura porque não há nela nenhum vestígio de impureza
doutrinária ou moral. Ela é pura e purifica. É límpida e lava. É santa e
santifica. Quando a examinamos, ela nos perscruta. Quando contemplamos a nós
mesmos em seu espelho, não apenas vemos nossas máculas, mas, também, somos por
ela restaurados.
Em quinto lugar, a Palavra de Deus é
verdadeira (19.9). A Palavra de Deus é a verdade. Seu conteúdo é
inerrante. Suas profecias são infalíveis. Sua mensagem é digna de inteira
confiança. Mesmo sofrendo, na dobra dos séculos, os mais perversos ataques,
oriundos dos mais variados inimigos, ela tem saído ilesa de todas essas
investidas. É impossível derrotá-la ou mesmo deter sua marcha resoluta. Ninguém
pode laborar contra a verdade, senão pela verdade.
Em sexto lugar, a Palavra de Deus é justa (19.9).
A Palavra de Deus é justa quando trata, com irretocável equidade, acerca da
dignidade do homem, criado à imagem e semelhança de Deus e quando trata da
ruína total do homem, depois de sua queda. É justa quando aborda o imensurável
amor de Deus e, também, quando descreve sua ira santa. É justa quando fala da
vida eterna como oferta da graça divina e quando declara a condenação eterna
como justo salário do pecado.
A Palavra de Deus é viva e poderosa. É melhor do que muito
ouro depurado e mais doce do que o mel e o destilar dos favos. Por ela
nascemos, crescemos e somos santificados.