Rev. Hernandes Dias Lopes -13/04/2025 11:47
O veterano apóstolo Paulo, no ocaso de sua carreira, está
preso na masmorra Mamertina, em Roma. Está algemado, acusado, abandonado e
condenado à pena de morte. No corredor da morte, aguardando o dia de sua
execução, ainda dá seus últimos conselhos:
Em primeiro lugar, ele nos aconselha a buscarmos
companhia (2Tm 4.9). No epicentro da tempestade que assolava sua vida,
escreve a Timóteo, orientando-o a vir ao seu encontro com senso de urgência. Na
crise, precisamos de um ombro amigo, de alguém com quem compartilhar nossas
dores. Temos muitos colegas, mas poucos amigos. Amigo é aquele a quem você tem
liberdade de chamar a qualquer hora. Amigo é aquele com quem você abre o
coração. Amigo é aquele que chega quando os outros já se foram. Amigo é aquele
que confronta você em particular e defende você em público.
Em segundo lugar, ele nos aconselha a não fazer
registros de mágoa (2Tm 4.10). Demas, abandonou o velho apóstolo, quando
este mais precisava de sua ajuda. O amor ao mundo apagou no coração de Demas o
amor ao apóstolo Paulo. Ele virou as costas para Paulo, quando Paulo mais
precisava dele. A despeito desse abandono, Paulo não fez registros de mágoas.
Ao contrário, o velho apóstolo colocou os pés na estrada e continuou
caminhando. Não faça registros de mágoa. Não armazene memórias amargas. Não
permita que as pessoas determinem seus sentimentos.
Em terceiro lugar, ele nos aconselha a restaurar
relacionamentos estremecidos (2Tm 4.11). Marcos havia abandonado Paulo e
Barnabé na primeira viagem missionária e Paulo havia rejeitado Marcos na
segunda viagem missionária. Marcos foi descartado por Paulo como companheiro de
trabalho. Barnabé, porém, investiu nele e mais tarde, o apóstolo Pedro o
discipulou. No final da vida, Paulo reconheceu que Marcos lhe era útil ao
ministério. Construa pontes de reconciliação onde um dia você cavou abismos de
separação. Não deixe pessoas feridas para trás no exercício de seu ministério.
Em quarto lugar, ele nos aconselha a continuar
estudando a Palavra mesmo que as circunstâncias sejam as mais adversas (2Tm
4.13). Paulo roga a Timóteo para trazer-lhe seus livros e pergaminhos.
Mesmo no corredor da morte Paulo queria estudar mais, e alimentar sua alma com
as riquezas insondáveis do evangelho de Cristo. Nunca cesse de estudar. Nunca
perca o entusiasmo de beber dessa fonte inexaurível que é a Palavra.
Em quinto lugar, ele nos aconselha a perdoar as
pessoas que nos feriram, entregando essa causa para Deus (2Tm 4.14,15).
Alexandre, o latoeiro, causou muitos males ao apóstolo Paulo. Resistiu a ele a
à sua pregação. Paulo, porém, não guardou mágoa nem revidou. Entregou seu algoz
para Deus, pois só Deus sabe retribuir. Nosso papel não é pagar o mal com o
mal, mas retribuir o mal com o bem e entregar nas mãos de Deus aqueles que nos
maltratam.
Em sexto lugar, ele nos aconselha a confiar na
assistência de Deus mesmo diante do abandono dos homens (2Tm 4.16). Paulo
foi tratado como um malfeitor (2Tm 2.9); foi abandonado pelos seus irmãos da
Ásia (2Tm 1.15); e, ninguém foi a seu favor em sua primeira defesa. Porém,
mesmo diante dessas injustiças tão gritantes, ele experimentou a assistência
divina para completar cabalmente o seu ministério. Os homens podem nos sonegar
apoio, mas Deus jamais. O socorro dos homens pode nos faltar, mas jamais nos
faltará a força de Deus.
Em sétimo lugar, ele nos aconselha a encerrar
nossa carreira tributando a Jesus toda a glória (2Tm 4.18). A melhor
maneira de encerrar nossa carreira é tributando a Jesus toda a glória. Não
construímos monumentos a nós mesmos, mas reconhecemos que tudo provém de Jesus.
Tudo vem por meio de Jesus e tudo é feito para a glória de Jesus!