hernandes dias lopes -23/04/2023 12:33
“Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim há muito
tempo, perguntou-lhe: Queres ser curado?” (Jo 5.6).
Jerusalém estava em festa. Multidões fluíam para a cidade,
para uma jubilosa celebração. Jesus, também, deixa a Galileia e sobe as
alcantiladas montanhas da Judeia, para festejar com o povo. Ao entrar em
Jerusalém, Jesus vai ao tanque de Betesda, onde havia cinco pavilhões, com uma
multidão de enfermos, cegos, coxos e paralíticos. A palavra Betesda significa
“casa de misericórdia”.
Aquele tanque não era propriamente dito um hospital, pois as
pessoas que entupiam aqueles cinco pavilhões eram doentes incuráveis, como
cegos, coxos e paralíticos. Jesus percorre os corredores desses cinco
pavilhões, vendo pessoas amassadas pela vida, feridas pelas circunstâncias, com
a esperança morta.
Dentre tantos enfermos, Jesus vê um homem paralítico, que
era a maquete do desespero. Jesus sabia que ele estava nessa condição
deplorável há muito tempo. Então, Jesus perguntou-lhe: “Queres ser curado?” (Jo
5.6). Em vez de responder sim ou não, o paralítico tangencia e evasivamente
responde: “Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tangue, quando a água é
agitada; pois, enquanto eu vou, desce outro antes de mim” (Jo 5.7).
Havia um fenômeno admitido no texto, que ocasionalmente, um
anjo descia e agitava a água do tangue de Betesda e o primeiro doente que se
lançava na água era curado de qualquer doença. Esse homem viu outros sendo
curados, mas ele jazia ali a trinta e oito anos, preso ao seu leito. Então
Jesus lhe dá uma ordem: “Levanta-te, toma o teu leito e anda” (Jo 5.8). O
resultado foi extraordinário: “Imediatamente, o homem se viu curado e, tomando
o leito, pôs-se a andar” (Jo 5.9). Esse episódio traz-nos três verdades
gloriosas:
Em primeiro lugar, uma pergunta
maravilhosa. Jesus conhecia aquele paralítico. Sabia a quanto tempo estava
sofrendo e, também, a causa de seu sofrimento (Jo 5.14). Mesmo sabendo que o
problema era humanamente insolúvel, Jesus lhe pergunta: “Queres ser curado?”. A
pergunta de Jesus parece, à primeira vista, óbvia demais. Mas, o Senhor queria
confrontar esse homem antes de curá-lo.
O diagnóstico vem antes do remédio da cura. A resposta do
paralítico revelou que além da paralisia, ele estava esmagado por um sentimento
de abandono e desvalor. Ele não tinha ninguém. A solidão era sua única
companhia no meio de uma multidão de outros enfermos. Família e amigos não se
importavam com ele. Está só curtindo sua dor, açoitado pelo chicote da culpa de
seus pecados da juventude. Hoje, de igual modo, Jesus pergunta a você: “Queres
ser curado?”.
Em segundo lugar, uma ordem maravilhosa. Se
a pergunta de Jesus parecia óbvia demais, a ordem parece difícil demais. Tudo
que este paralítico mais queria era levantar-se e andar, mas era exatamente o
que não conseguia. Porém, aquele que dá a ordem é o Médico onipotente. Há poder
em sua palavra. Ele dá uma ordem e o sol pára. Ele ordena e as estrelas
aparecem. Ele dá um comando e o mar se acalma. Ele ordena e o vento cessa.
O mesmo Jesus que dá a ordem, dá também, o poder para que a
ordem se cumpra. Jesus mandou o homem da mão ressequida, na sinagoga de Cafarnaum,
estender a sua mão, e a mão foi imediatamente curada. Jesus deu uma ordem a
Lázaro para sair do túmulo e a morte soltou as garras de Lázaro e ele
ressuscitou. Hoje, semelhantemente, Jesus ordena a você: “Levanta-te... e
anda”.
Em terceiro lugar, uma cura maravilhosa. Imediatamente,
o homem se viu curado e, tomando o leito, pôs-se a andar. A cura não foi a
crediário nem em doses homeopáticas. A cura foi imediata, completa e cabal. Os
músculos atrofiados foram tonificados. As articulações enrijecidas foram
revigoradas. O corpo esquálido foi remoçado. E o homem que estava prostrado,
rendido à sua desdita, sai da Casa de Misericórdia, para uma celebração no
templo.
Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente. O que ele fez,
ele continua fazendo. Hoje, você também pode abandonar os andrajos de uma vida
marcada pela desesperança. A pergunta de Jesus ecoa aos seus ouvidos: “Você
quer ser curado?”.