hernandes dias lopes -01/12/2024 07:14
O livro de Provérbios foi escrito por Salomão, rei de
Israel. No seu reinado, Israel chegou ao apogeu da glória, da riqueza e da
fama. No capítulo 29 de seu livro, Salomão oferece alguns conselhos àqueles que
governam. Vejamos:
Em primeiro lugar, um governante perverso é um tormento
para o povo (Pv 29:2). “Quando se multiplicam os justos, o povo se alegra,
quando, porém, domina o perverso, o povo suspira”. O governante perverso é
aquele que oprime o povo com leis injustas, com impostos abusivos, com abuso de
poder. Em vez de servir ao povo, se serve do povo. Em vez de trabalhar pelo bem
do povo, trabalha para locupletar-se. Em vez de coibir o mal, promove-o. Em vez
de ser o braço da justiça, torna-se o chicote do flagelo.
Em segundo lugar, um governante taxador de impostos
transtorna a terra (Pv 29:4). “O rei justo sustém a terra, mas o amigo de
impostos a transtorna”. O governante precisa ser um facilitador do
enriquecimento do povo, e não um explorador do povo. Deve viabilizar meios para
o crescimento econômico da nação em vez de estancar o progresso da nação, pela
imposição de impostos abusivos. Um governante que mata o livre comércio,
emperra o empreendedorismo, sufoca os empresários, enfraquece as empresas,
promove o desemprego e busca meios de sobrecarregar o povo com mais e mais
impostos transtorna a terra.
Em terceiro lugar, um governante cujo trono está
rodeado de mentirosos torna-se uma escola de perversidade (Pv 29:12). “Se
o governante dá atenção a palavras mentirosas, virão a ser perversos todos os
seus servos”. Um governante é uma bênção ou uma maldição. Inspira virtude ou
perversidade. Promove a verdade ou incita a mentira. O governante que dá
atenção a palavras mentirosas e se cerca de bajuladores, acaba criando em seu
palácio uma escola de crimes e perversidades.
Em quarto lugar, um governante precisa tratar a todos
com igualdade em vez de favorecer os poderosos (Pv 29:14). “O rei que
julga os pobres com equidade firmará o seu trono para sempre”. Há governantes
populistas que enganam o povo com seu discurso em favor dos pobres, mas
favorecem os poderosos. Oferecem um agrado ao pobre para se perpetuarem no
poder, mas abrem os cofres da nação para os mais abastados. Falam de justiça,
mas têm dois pesos e duas medidas, mostrando aos seus ricos comparsas os
favores da lei e ao povo sofrido pelo descuido do Estado os rigores da lei.
Em quinto lugar, um governante corrupto destrói a si
mesmo e se torna omisso diante dos crimes (Pv 29:24). “O que tem parte com
o ladrão aborrece a própria alma; ouve as maldições e nada denuncia”. A
governança tem seus privilégios, mas, também, suas tentações, como por exemplo
a tentação do enriquecimento fácil e ilícito. A tentação de juntar-se a ladrões
de colarinho branco. A tentação do surrupiar o erário público ou usá-lo de modo
perdulário. O governante que está preso no cipoal da corrupção ouve os
desmandos nos escalões de sua administração e nada denuncia, porque também está
comprometido com o esquema criminoso.
Que esses conselhos que emanam da Palavra de Deus há três
mil anos, sejam um alerta para os governantes da atualidade!