Rev. Hernandes Dias Lopes -02/03/2025 10:58
Salomão, filho e sucessor de Davi, reinou quarenta anos em
Israel. Seu governo foi timbrado por grandes conquistas e expressivas vitórias.
Ele foi considerado o homem mais sábio e mais rico de sua geração.
Em sua gestão teve paz nas fronteiras e a riqueza das nações
agigantaram o poder econômico de Israel. Alcançou o cume da riqueza e da fama.
Fez alianças com as nações vizinhas.
Escreveu três livros do Antigo Testamento (Cântico dos
cânticos, Provérbios e Eclesiastes). Escreveu mais de mil provérbios e contribuiu
com a botânica e com zoologia. Construiu o primeiro templo de Jerusalém e
erigiu palácios com luxo extravagante.
Inobstante a fama externa e interna de Salomão, ele revelou
várias fraquezas, que passamos a destacar:
Em primeiro lugar, ele descumpriu as exigências divinas
sobre a monarquia em Israel. Prevendo que Israel pediria um rei, Deus
estabeleceu as normas para o rei, conforme Deuteronômio 17.
O rei não poderia multiplicar para si cavalos, pois não
deveria confiar na força do exército; não deveria multiplicar para si ouro e
prata porque não poderia confiar na riqueza; não deveria multiplicar para si
mulheres, para não ser seduzido pelas crenças pagãs. Salomão quebrou todos
esses preceitos, abrindo brechas para sua decadência política e espiritual.
Em segundo lugar, ele viveu cercado de luxo
extravagante, mas oprimiu seu povo com trabalhados forçados e pesados
tributos. Salomão foi um rei rico de um povo pobre. A corte nadava em
ouro, mas o povo vivia oprimido por trabalhos forçados e pesados tributos.
Como não tem almoço de graça, quem pagava os gastos
excessivos do palácio era o povo trabalhador. Isso abriu uma ferida na alma do
povo, e por esta causa, o reino de Israel foi dividido depois da morte de
Salomão.
Em terceiro lugar, ele fez concessões inegociáveis ao
construir templos aos deuses pagãos, passando ele mesmo a adorar esses deuses
por influência de suas mulheres.
Salomão foi fazendo concessões ao longo de sua vida, a ponto
de construir capelas às divindades pagãs, adoradas por suas mulheres.
Como um abismo chama outro abismo, o próprio Salomão vira as
costas ao Senhor, ao se prostrar diante de deuses pagãos, matriculando o seu
reino na escola da idolatria. Ali estava o vírus mortal que levou Israel ao
colapso político e espiritual.
Em quarto lugar, ele não preparou um sucessor para
governar Israel. Roboão, que havia nascido um ano antes de Salomão assumir
o trono de Israel, viveu quarenta anos no palácio de seu pai, cercado de
conforto extremo e luxo extravagante.
Cercado de tantos privilégios, não tinha fibra moral nem
talento administrativo para suceder ao pai. Por não atender às reivindicações
do povo, que rogava pelo alívio de tributos, dez das doze tribos seguiram a
liderança sismática de Jeroboão, formando o Reino do Norte.
Esse reino rebelado, durou duzentos e nove anos, tendo
dezenove reis em oito dinastias. Todos os reis foram maus e idólatras. O
resultado foi o cativeiro assírio em 722 a.C.
As duas tribos do Sul também se desencaminharam e foram levadas cativas pela Babilônia em 586 a.C. Todo esse fracasso foi gestado por Salomão, o homem jogou fora os privilégios concedidos por Deus. Acautelemo-nos!