Rev. Hernandes Dias Lopes -14/07/2024 10:38
A doxologia que conclui a carta de Judas é um dos textos
clássicos da Bíblia acerca da doutrina da perseverança dos santos. Aqueles que
têm Deus como fonte e fiador da sua salvação podem desfrutar de uma segurança
inabalável no tempo e na eternidade. Vejamos:
Em primeiro lugar, a nossa segurança não está no
homem, mas em Deus. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar…” (Jd
24a). A salvação não é uma obra humana nem é garantida pelo homem. A segurança
da salvação não está firmada em quem somos ou no que fazemos, mas em que Deus é
e no que Jesus fez por nós na cruz do Calvário. Deus é poderoso para nos
guardar. Ele planejou, executou e consumará nossa salvação. Não estamos
estribados na força do braço da carne, mas na onipotência divina.
Em segundo lugar, a nossa segurança não está
firmada na vulnerabilidade humana, mas no socorro divino. “… é
poderoso para vos guardar de tropeços…” (Jd 24b). Nós somos frágeis,
vulneráveis, sujeitos a tropeços e quedas. Não conseguimos ficar de pé
escorados no bordão da autoconfiança. Deus conhece a nossa estrutura e sabe que
somos pó. Temos muitas fraquezas e não conseguimos caminhar vitoriosamente sem
o auxílio da mão onipotente de Deus. É o Senhor quem nos guarda de tropeços. É
ele quem nos segura com sua mão direita, nos guia com o seu conselho eterno e
nos recebe na glória.
Em terceiro lugar, a nossa segurança está
garantida até ao dia final. “… e para vos apresentar com exultação,
imaculados diante da sua glória” (Jd 24.c). Nossa segurança está garantia do
começo ao fim da nossa carreira. Aquele que começou a fazer a boa obra em nós,
há de completá-la até o dia de Cristo Jesus. Estamos seguros nas mãos de Jesus,
e ninguém pode nos arrancar de seus braços. O mesmo que nos salvou, também nos
apresentará com exultação, imaculados diante da sua glória.
Em quarto lugar, a nossa segurança nos move a
adorar ao Deus da nossa salvação. “Ao único Deus, nosso Salvador, mediante
Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania…” (Jd 25a).
Longe da doutrina da perseverança dos santos ser uma desculpa para pecar, é uma
motivação para adorar. Aqueles que foram alcançados pela graça e são
preservados de tropeços, abrem seus lábios para exaltar a Deus e reconhecer que
ele é digno de receber glória, pois só ele é majestoso e só o seu reino é um
império soberano que jamais será abalado.
Em quinto lugar, a nossa segurança nos motiva a
exaltar ao Deus da nossa salvação no tempo e na eternidade. “… antes de
todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém” (Jd 25.b). O Deus da
nossa salvação é o mesmo ontem, hoje e sempre. Ele existe antes do tempo e
continuará existindo quando o tempo for consumado.
Ele é digno de glória antes de todas as eras. Ele é adorado
agora pelos anjos e remidos. De igual modo, ele será adorado por todos os
séculos. Nossos lábios jamais cessarão de louvar àquele que é a causa da nossa
salvação, a essência da vida eterna e a razão pela qual fomos salvos. Nossa
doxologia final deve ser confirmada por um sonoro e altissonante AMÉM.