Hernandes Dias Lopes -13/10/2024 14:50
A sociedade brasileira discutiu sobre a discriminalização
das drogas. Não há consenso entre os legisladores tampouco entre os juristas. A
sociedade está dividida. Inobstante os alertas de grande parte da população, a
lei foi aprovada, para exultação de uns e pesar de outros. Nessa conjuntura,
ouso fazer algumas ponderações.
Em primeiro lugar, as drogas não trazem qualquer
benefício aos cidadãos. As drogas são um mal em si mesmas. Essencialmente
elas destroem os neurônios, afetam a saúde física, emocional e mental,
acarretando sérios desajustes psicológicos. Tornar lícito aquilo que gera
dependência e abrir o caminho para que mais pessoas tenham acesso a esse agente
de escravidão e morte parece-nos uma decisão assaz perigosa para o futuro da
nação.
Em segundo lugar, as drogas mais leves são a
porta de entrada para as drogas mais pesadas. É sabido e a experiência
confirma que o uso da maconha é a porta de entrada para outras drogas mais
pesadas e letais, como cocaína e crack. Se já não bastasse os efeitos
comprovadamente danosos da maconha, o uso desse entorpecente é uma avenida
aberta para o desfile macabro das drogas mais nocivas. Por essa causa, facilitar
o uso dessa droga, parece-nos laborar contra o indivíduo, a família e a nação.
Em terceiro lugar, as drogas são uma causa
gritante de crimes, acidentes e desagregação familiar. Somente aqueles que
já lidaram com esse pesadelo na família sabem o transtorno que as drogas
trazem, como alienação, baixo desempenho nos estudos, falta de concentração no
trabalho, rompimento de comunicação e desagregação familiar. Se não bastasse
esses efeitos deletérios, abundam os acidentes de trânsito e os crimes
passionais, resultantes do uso e abuso das drogas.
Em quarto lugar, as drogas escravizam suas
vítimas e ceifam sua vida precocemente. São inumeráveis as pessoas que se
iniciaram nas drogas buscando apenas um êxtase emocional ou arrebatamento
etílico, imaginando que poderiam sair dessa fantasia quando bem desejassem.
Porém, pensando serem livres, se viram presas por grossas correntes. Ficaram
presas num calabouço infernal.
Muitos arruinaram sua carreira profissional; outros, mataram
seus sonhos. Não poucos destruíram seu casamento e arruinaram sua família. Há
aqueles que, ceifaram sua própria vida, na ânsia de aplacar os apetites
insaciáveis dessas drogas letais. O testemunho da história parece-nos estar em
oposição a aprovação de leis que legitimam o uso de drogas.
Em quinto lugar, há uma alternativa honrosa para
aqueles que desejam se ver livre do cativeiro das drogas. São centenas as
clínicas de tratamento de dependentes químicos. Multiplicam-se os centros de
recuperação dos que estão sob essas algemas opressoras. É fato incontroverso
que o maior êxito no tratamento e libertação dos dependentes químicos é uma
experiência genuína de conversão a Cristo.
O novo nascimento, operado pelo Espírito Santo de Deus,
produz no ser humano uma mudança radical, rompendo cadeias e grilhões, tornando
a pessoa verdadeiramente livre. O próprio Jesus afirmou: “Se, pois, o Filho vos
libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.36).
Meu empenho e apelo é que lutemos para que nossos jovens
sejam mantidos longe das drogas, que as famílias sejam resguardadas desse mal
devastador e que a nação não colha os frutos amargos dessa liberação duvidosa.