g1 -06/02/2020 13:18
A Organização Mundial da Saúde (OMS)
lamentou nesta quinta-feira (6) a morte do médico chinês Li Wenliang,
oftalmologista do Hospital Central de Wuhan, por complicações respiratórias.
Ele teria sido um dos primeiros a identificar o novo coronavírus e alertar as
autoridades. Ele foi uma das oito pessoas que a polícia investigou sob acusação
de "espalhar boatos".
Estamos muito tristes com a morte do doutor Li
Wenliang", disse Mike Ryan, diretor executivo da OMS. "Precisamos
celebrar o trabalho que ele fez no surto de 2019-nCoV."
Li trabalhava no mesmo hospital que recebeu, no final do ano
passado, sete casos de infecção por um vírus com sintomas semelhantes aos do
Sars, doença respiratória que matou mais de 700 pessoas no início dos anos
2000.
Segundo a rede britânica BBC, em 30 de dezembro, o médico
teria enviado uma mensagem para colegas médicos em uma conversa em grupo
privado com um alerta sobre o possível surto e com recomendações sobre o uso de
equipamentos de segurança para evitar a infecção.
No fim de janeiro, o médico publicou em uma rede social
chinesa um pedido de desculpas do governo chinês, que admitiu falha na resposta
à epidemia do novo coronavírus.
Infectado durante consulta
No início do mês passado, Li entrou em contato com o
2019-n-CoV, enquanto tratava uma paciente infectada. Ele contou, em seu perfil
de uma rede social, que em 10 de janeiro começou a tossir, no dia seguinte
passou a ter febre e, dois dias depois, foi para o hospital. Seus pais também
ficaram doentes e foram internados.
Dez dias depois de ele começar a ter sintomas, em 20 de
janeiro, a China declarou emergência por causa do surto. Li afirma ter sido
submetido a diversos exames para determinar se estava com coronavírus, mas
todos deram negativo.
Em 30 de janeiro, ele postou novamente: "Hoje, o teste
de ácido nucleico voltou com um resultado positivo. A poeira baixou, finalmente
fui diagnosticado".