g1 -14/08/2019 13:41
Desde
a primeira semana de 2019, o Brasil registrou 1.388 casos confirmados de sarampo, sendo que 1.322
deles (95,2%) ocorreram no Rio de Janeiro, em São Paulo, na Bahia e no Paraná, que apresentam surto da
doença (veja a lista das cidades abaixo). O restante, 66 infecções (4,8%),
ocorreram nos outros estados do Brasil. Os dados são do Ministério da Saúde e
foram divulgados nesta quarta-feira (14).
O
sarampo é uma doença extremamente contagiosa causada por um vírus do
gênero Morbillivirus, da família Paramyxoviridae. A transmissão pode
ocorrer por meio da fala, tosse e/ou espirro. O quadro de infecção pode ser
grave, com complicações principalmente em crianças desnutridas ou com sistema
imunológico debilitado.
As
últimas onze semanas epidemiológicas (20 a 31) apresentaram uma disparada no
número de casos confirmados, intensificada pelo estado de São Paulo. Durante
este período, 1.226 novos pacientes com a doença foram recebidos pelas unidades
de saúde, sendo que 1.220 eram infecções ocorridas em território paulista.
Como
é possível ver no gráfico acima, 99,5% dos novos casos que ocorreram desde o
início de maio no Brasil estão em São Paulo. Apenas na última semana, o
estado teve uma alta de 36% no número de infecções. Os dados da
Secretaria Estadual da Saúde paulista apontam que a capital tem 75,5% desses
pacientes.
Vacina
do sarampo
Há
uma campanha de vacinação nos estados brasileiros com surto, com doses
disponíveis nas unidades do Sistema Único de Saúde. A população com idade entre
20 e 29 anos é a mais afetada até agora e, por isso, tem prioridade na
imunização.
Nenhum
dos estados com maior número de casos atingiu a cobertura vacinal de 95% da
tríplice viral. A vacina garante a imunização contra sarampo, caxumba e rubéola
em crianças de um ano de idade. Rio de Janeiro tem o menor índice, com 51,23%
do grupo infantil protegido; depois, temos Bahia, com 61,69%; São Paulo, com
74,65%; e Paraná, com 89,53%.
Preciso
tomar a vacina contra o sarampo?
Cada
estado tem uma campanha em curso. São Paulo quer vacinar 4,4 milhões de jovens
de 15 a 29 anos. Até 8 de agosto, apenas 1,2 milhão de pessoas dessa faixa
etária estavam protegidas – o número representa 27% da meta.
A
vacina não é restrita ao público jovem – eles são o foco para garantir uma
barreira de proteção contra o vírus enquanto há o surto. Veja abaixo quem
pode/deve e quem não pode/deve receber uma dose contra o sarampo:
Bebês
com menos de 6 meses: contraindicada a vacina em quaisquer circunstâncias.
Bebês
de 6 meses a 1 ano de idade: podem tomar a vacina, dependendo da
orientação. Alguns municípios do estado de São Paulo, Rio de Janeiro e a cidade
de Salvador estão recomendando. Para informações, consulte o site.
Crianças
de 12 meses: deve ser dada uma dose.
Crianças
de 15 meses: devem receber a segunda dose.
Crianças
e Adolescentes que só tomaram uma dose: devem receber a segunda dose.
Adolescentes
e adultos jovens, de 15 a 29 anos, no Município de São Paulo: devem
receber mais uma dose, independentemente do número de doses anteriores.
Pessoas
até 29 anos de idade, em geral: devem ter 2 doses na vida, com intervalo
de 1 mês entre elas.
Pessoas
entre 30 e 50 anos de idade: devem fazer 1 dose se não souberem seu
estado vacinal. Idealmente devem ter duas doses feitas na vida.
Pessoas
com 60 anos ou mais de idade: não precisa ser vacinado. Mas não há limite
de idade para receber a vacina. Idosos podem receber a vacina.
Situações
especiais
Gestantes: contraindicada
a vacina.
Mães
que estão amamentando: podem tomar a vacina, mesmo no primeiro dia
pós-parto.
Mulheres
que querem engravidar: depois da vacina, idealmente deve-se esperar 30
dias para engravidar. Se tomou a vacina e não sabia que estava grávida,
converse com seu médico.
Imunossuprimidos: contraindicada
a vacina
Alergia
a ovo: pode tomar a vacina se a alergia não for grave. Alergia GRAVE ao
ovo: converse com seu médico.
Tomou
a vacina da febre amarela há menos de 30 dias: aguarde pelo menos 1
mês para receber a vacina do sarampo
Alguém
muito próximo de você teve sarampo e foi indicada vacina de bloqueio pela
Vigilância Epidemiológica: tome a vacina independentemente de quaisquer doses
de vacina anteriores. Mesmo se você tomou a vacina da febre amarela há menos de
30 dias, deve receber o bloqueio do sarampo.
Quem
já teve sarampo: não precisa se vacinar.