metropoles -05/04/2024 14:47
A vacina brasileira que está sendo desenvolvida contra
o vírus Zika (ZIKV) apresentou resultados promissores em testes realizados com
camundongos.
De acordo com os pesquisadores da Universidade de São Paulo
(USP) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Pernambuco, não houve mortes
entre os animais vacinados e a quantidade de vírus circulando no corpo deles
foi bastante baixa, sendo indetectável em 42% dos casos.
A vacina é feita a partir do DNA do vírus, técnica
semelhante a que é usada para a fabricação das vacinas de RNA.
“Geralmente, quando se fala em vacina, pensamos em materiais
feitos de vírus atenuado ou inativado. As vacinas de DNA são uma tecnologia
mais avançada. Nós desenhamos quatro formulações de vacina de DNA que codificam
parte das proteínas que fazem a camada externa do zika. E selecionamos a que se
mostrou mais eficaz”, explica Maria Sato, professora da USP, que participa do
desenvolvimento da vacina.
Resultados de imunização contra o zika
A melhor formulação encontrada pelos pesquisadores foi
aplicada em duas doses nos camundongos. Após o reforço, os animais foram
infectados com o vírus Zika e receberam um preparado de células de defesa para
se recuperarem.
No grupo controle, 20% dos animais morreram de zika vírus.
Entre os que receberam a vacina, 100% sobreviveram. Os que não tomaram a vacina
tiveram uma acentuada queda de peso nas primeiras semanas de infecção, o que
mostra o impacto do vírus no organismo.
Os sobreviventes que não tinham sido imunizados apresentaram
o vírus no cérebro mesmo após três semanas da infecção. Nada disso foi
observado nos ratos imunizados.
Os resultados destes testes foram divulgados na revista
científica Frontiers in Immunology em 31/1. Segundo os
pesquisadores, uma limitação é que os anticorpos da vacina parecem não ter
durado muito tempo no organismo, o que pode fazer com que sejam necessárias
estratégias de reforço ao longo do tempo para garantir a imunidade ideal.