agencia brasil -22/08/2024 13:39
Um mês antes da atingir o período mais crítico da estiagem,
que costuma ser em setembro, os rios da Amazônia têm registrado recordes de
baixas cotas na comparação com as séries históricas de registros em agosto. De
acordo com dados do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da
Amazônia (Censipam), órgão ligado ao Ministério da Defesa, o Rio Solimões está
3 metros abaixo da média observada nesse período do ano e alguns de seus
afluentes como os Rios Madeira e Acre registram cotas próximas aos mínimos
históricos.
Segundo o analista do Censipam Flávio Altieri, embora o
volume de chuvas esteja abaixo da média esperada para esta época do ano em
grande parte da Amazônia, ainda é cedo para afirmar que a seca será a mais
intensa registrada na região. “De forma geral, as condições hidrológicas dos principais rios estão
piores do que as observadas em 2023, ano marcado pela pior seca na Amazônia. As
previsões climáticas indicam que não há sinais de melhora no quadro chuvas para
os próximos meses. No entanto, devido à vasta extensão territorial e à
diversidade da região, não é possível garantir que a seca de 2024 será mais
severa.”
De acordo com o analista, o que já vem se confirmando é um
quadro de seca extrema, que é o penúltimo nível de severidade na escala de
cinco estágios de medição do fenômeno. Nesse nível é esperada escassez de água
generalizada, restrições e grande perdas de plantações. “O Censipam, por meio
de suas previsões hidrológicas divulgadas em junho durante o evento Pré-Seca,
já havia alertado que 2024 a Amazônia enfrentaria uma seca semelhante à de
2023”, destaca.
Altieri reforça que com os baixos níveis, comunidades
tradicionais que dependem dos rios como vias de acesso são as mais afetadas.
“Essas populações enfrentam desafios agravados pelo desabastecimento de
alimentos e água potável, além de dificuldades no acesso a serviços essenciais
como saúde e educação”, explica.
Uma reunião de ministros com governadores da Amazônia Legal
realizada na tarde dessa quarta-feira (21), no Palácio do Planalto, tratou de
medidas para amenizar os impactos da estiagem no norte do Brasil. Durante o
encontro, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR),
informou que já aprovou nessa terça-feira (20) o repasse de R$ 11,7 milhões
para ações de defesa civil nos estados do Amazonas e Roraima e também
reconheceu a situação de emergência em 53 municípios do Acre, Amazonas, Roraima
e Rondônia.