cnn -20/11/2023 09:33
Após a onda de calor que cobriu o Sudeste, Centro-Oeste e
partes do Nordeste e Norte, uma frente fria avança pelo Sudeste derrubando
temperaturas na região.
Em entrevista à CNN neste domingo (19), o
meteorologista da Climatempo Guilherme Borges reforçou a importância da chegada
dessa frente
fria, para “quebrar o forte ciclo de calor” na região, que estava “sufocante”.
Porém, Borges destaca que o calor forte ainda deve voltar.
“A gente deve ter outros cenários de onda de calor daqui para frente”, disse o
meteorologista à CNN.
“Esse
calorão que a gente viu foi uma onda de calor, que tem por característica
deixar as temperaturas 5ºC acima do normal. A gente está caminhando para mais
horas de sol, caminhando para o verão. A gente tem um dia maior e,
consequentemente, isso aquece mais”, explica Borges.
Com a chegada do período mais quente do ano, o
meteorologista reforça que novas ondas de calor podem acontecer ao longo do
período.
“Temos
a possibilidade de novas ondas de calor, tanto para o próximo mês, tanto
para janeiro, quanto para o próximo verão. A gente tem esse cenário de poder
ocorrer novas ondas de calor”, pontuou Borges.
Além de um cenário de mudanças climáticas, o meteorologista
destacou o impacto do fenômeno El Niño.
O fenômeno tem intensificado
eventos climáticos extremos no país, como a seca
histórica na região Norte e Nordeste do país, as
chuvas na região Sul, o calor no Centro-Oeste e essa instabilidade no
Sudeste.
Borges reforça que o El
Niño também tem impacto na elevação das temperaturas, deixando elas um
pouco acima da média. O fenômeno ainda deve impactar o clima no Brasil ao longo
dos próximos meses.
“O pico dele deve ser agora em dezembro, e as projeções
colocam que ele deve
durar pelo menos até abril, e deve continuar afetando, sim”, explicou o
meteorologista.
Seca no Amazonas
Borges explica que o El Niño afeta a região Norte do Brasil
com massas de ar mais quentes. Com a soma de outros fatores, o meteorologista
conta que a seca deve se estender pelos próximos meses.
“Há um cenário de seca muito severo, com a atuação do El
Niño que impacta na região e um Atlântico Norte muito quente que impacta na
seca”, explicou Borges.
Apesar das previsões de pancadas de chuva na região, o
meteorologista pontua que elas não são suficientes para contornar a situação.
“Para acabar com essa seca severa, é necessária uma sequência muito forte de
chuvas”, concluiu.