cnn -31/05/2024 14:32
O Observatório Nacional (ON) tem contribuído com dados para
o monitoramento da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (Amas). A região
compreende o Sul e o Sudeste do Brasil.
A Amas tem como característica uma intensidade mais fraca do
campo magnético terrestre, e seu crescimento na direção oeste tem chamado a
atenção de cientistas. Mas, conforme a instituição, a Amas não apresenta motivo
para preocupação.
Para monitorar as informações, o ON tem dois observatórios.
Um deles, o Tatuoca, fica em uma ilha em Belém, no Pará; o outro, chamado de
Vassouras, fica no interior do Rio de Janeiro. O ON também conta com estações
magnéticas distribuídas pelo País.
O Observatório de Vassouras, que funciona de forma contínua
desde 2015, tem papel fundamental no estabelecimento de modelos globais e na
compreensão da origem da Amas. Ele é um complemento às missões de satélite que
registram o campo magnético.
Os dados vindos do Brasil sobre a anomalia são importantes
porque abrangem uma área onde há poucos dados magnéticos disponíveis. Dessa
forma, o
País fica em posição privilegiada para desenvolver estudos em geomagnetismo.
O tecnologista sênior do Observatório Nacional, André
Wiermann, em nota do ON, explicou que a movimentação da anomalia é lenta e
gradual. “Esse processo é contínuo e não afeta de forma significativa a vida
das pessoas na Terra”, diz.
É normal que o campo magnético da Terra apresente diferenças
a depender de sua localização e da época.
O campo magnético atua como um escudo protetor contra
radiações cósmicas e o vento solar que atingem o planeta. Como na região da
Amas, essa proteção é mais fraca, partículas podem entrar com mais facilidade.
Mas isso não é motivo para alarme, conforme Wiermann, já que
os principais impactos são sofridos pelos satélites.
Além disso, a Agência
Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa) e a Agência Espacial Europeia (ESA)
monitoram a anomalia.
Segundo a Nasa, analisar o fenômeno é importante para
entender os mecanismos que produzem o campo magnético da Terra, bem como suas
mudanças.
Por conta do monitoramento sobre a área, mesmo os satélites
já estão preparados para lidar com o campo magnético mais fraco da anomalia.
“Quando os satélites passam pela região da Amas eles podem
entrar em stand-by (modo de espera) para que não sofram nenhum dano. É como um
eletrodoméstico: se há oscilação no fornecimento de energia elétrica, o famoso
‘pico de luz’, recomenda-se que o aparelho seja desligado para que não queime”,
afirma o tecnologista.