metropoles -30/10/2023 22:35
Em uma declaração à imprensa internacional nesta
segunda-feira (30/10), o primeiro-ministro israelense, Benjamin
Netanyahu, reafirmou que Israel descarta totalmente um cessar-fogo com o grupo palestino
Hamas. Para o premiê, suspender a retaliação aos ataques do Hamas seria o
“equivalente a uma rendição”.
“Assim como os EUA não concordariam com um cessar-fogo após
o Pearl Harbor [quando o Japão atacou os EUA na 2ª Guerra] ou o 11 de setembro
[data dos ataques às Torres Gêmeas, em Nova York], Israel não vai concordar com
cessar-fogo”, assegurou Netanyahu.
“Pedir um cessar-fogo é pedir que Israel se renda à barbárie
e ao terrorismo, e isso não vai acontecer. A Bíblia diz que há um momento para
a guerra, e este é o momento da guerra da civilização contra a barbárie”,
completou.
O primeiro-ministro ainda relativizou os efeitos colaterais
de bombardeios a locais como a Faixa de Gaza, onde há uma população de cerca de
2 milhões de pessoas: “Mesmo as guerras mais justas têm vítimas civis não
intencionais”.
“Eles [o Hamas] queimaram pessoas vivas, estupraram
mulheres, decapitaram homens, torturaram sobreviventes do Holocausto, cometeram
os crimes mais horríveis que poderíamos imaginar. O Hamas está fazendo todo o
possível para colocar os civis [de Gaza] em perigo”, reagiu.
O número de mortos na Faixa de Gaza está estimado em 7,6 mil
e são mais de 19,4 mil feridos, de acordo com informações do Ministério da
Saúde de Gaza (MOH). Desses números, 70% seriam mulheres e crianças.
Soldado resgatada
Nesta segunda, o Exército de Israel anunciou o resgate da soldado Ori Megidish,
sequestrada pelo grupo extremista islâmico Hamas em território israelense e
mantida como refém na Faixa de Gaza. Ela havia sido sequestrada no dia 7 de
outubro, data do início do atual conflito.
Segundo a conta oficial do governo de Israel no X (antigo
Twitter), a soldado passou por exames médicos e já se encontra na companhia de
sua família. Ori Megidish foi libertada durante uma operação terrestre em Gaza,
segundo afirmam, em comunicado conjunto, o Exército israelense e o serviço de
segurança interna de Israel.
Desde quinta-feira (26/10), tropas e tanques israelenses
invadem o território palestino, em uma operação militar sem precedentes,
segundo autoridades humanitárias. Na manhã desta segunda, a Cidade de Gaza –
maior centro metropolitano da região – foi alvo de ataques e bombardeios.
Moradores relatam também haver investidas por mar, a partir do Mediterrânio,
que banha a Faixa de Gaza.
Prisioneiras sionistas
O Hamas, por sua vez, divulgou, em um dos seus canais do
Telegram, um vídeo que mostra supostamente três “prisioneiras sionistas”
detidas pelo braço armado do grupo, o Al-Qassam, desde 7 de outubro.
Uma delas apela ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por um
acordo de libertação de todos os reféns em Gaza.
Nas imagens, é possível observar três mulheres sentadas em
cadeiras marrons de plástico. Apenas uma delas, no centro, fala durante o 1
minuto e 16 segundos do vídeo, intitulado de: “Vários prisioneiros sionistas
detidos enviam uma mensagem a [Benjamin] Netanyahu e ao governo sionista”.
“Estamos em cativeiro do Hamas há 23 dias. Ontem, houve uma
conferência de imprensa com as famílias dos reféns. Sabemos que deveria haver
um cessar-fogo. Vocês deveriam libertar todos nós. Vocês se comprometeram a
libertar todos nós”, exclamou a refém.