r7 -13/06/2024 07:45
A
confirmação de 68 casos de febre oropouche em apenas uma semana em Minas Gerais
deixou a Secretaria Estadual de Saúde em alerta para a doença que já é
considerada um surto no Amazonas neste ano. Entre os mineiros, o número de
pessoas infectadas subiu de quatro para 72 em sete dias.
O
cenário também preocupa a população, que busca entender o avanço da doença pelo
Brasil. Especialistas consultados pelo R7 acreditam que o aumento na
transmissão do vírus pode estar relacionado com as mudanças climáticas.
“Um
desequilíbrio na natureza, mudanças climáticas, desmatamento. Essas alterações
estão fazendo com que algumas doenças que já existiam apareçam com mais
frequência”, aponta Luiz Wellington Pinto, infectologista e professor do curso
de medicina da faculdade de Ciências Médicas.
“Diferente
do mosquito da dengue, que gosta de água limpa, o mosquito pólvora reproduz
tanto na água limpa quanto na água suja, folhas, pedaços de fruta”, destaca o
médico.
Um
estudo realizado pelo Laboratório de Parasitologia do Butantã e publicado em
2017 na revista PLoS Neglected Tropical Diseases já apontava que as alterações
climáticas poderiam ampliar a área de distribuição da febre Oropouche e outras
doenças como a Mayaro (MAYV), Rocio (ROCV) e o vírus da encefalite de Saint Louis
(SLEV). Todas elas são ligadas a vírus transmitidos por mosquitos.
A
febre oropouche é transmitida pelo mosquito pólvora, que se parece com um
pernilongo, mas em cor marrom. “Os primeiros relatos dessa febre foram na época
de 1960 quando começaram a construir a rodovia Belém - Brasília. Hoje tem
vários casos em outros locais do Brasil e em outros países, como Venezuela,
Colômbia, Peru”, ressalta o médico Luiz Wellington Pinto.