estadao -18/08/2024 17:37
O Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC,
na sigla em inglês) informou que "é altamente provável" que novos
casos importados da variante mais virulenta da mpox, o clado 1b, sejam
registrados na Europa ao longo das próximas semanas. Na última quinta-feira,
15, a Suécia confirmou o primeiro caso dessa variante mais grave fora da
África.
Em nova avaliação, o ECDC informou que o risco de
transmissão sustentada entre europeus é "muito baixo", mas deve haver
mais casos importados de países africanos, onde um surto da nova variante está
em expansão. O ECDC recomendou que os casos importados sejam rapidamente
diagnosticados e tratados para não haver transmissão local da nova cepa.
Devido ao grande fluxo de viagens entre países da Europa e
da África, o ECDC recomendou que os países da União Europeia publiquem
orientações de viagem para pessoas que estão em áreas afetadas pelo surto da
mpox no continente africano. A probabilidade de infecção nesses casos foi
avaliada pela entidade como "alta".
"Como resultado da rápida propagação deste surto na
África, o ECDC aumentou o nível de risco para a população em geral na União
Europeia e para viajantes para áreas afetadas", afirmou a diretora do
centro, Pamela Rendi-Wagner. "Devido às estreitas ligações entre Europa e
África, devemos estar preparados para mais casos importados da nova
variante."
Na última quarta-feira, 14, a Organização Mundial de Saúde
(OMS) declarou o novo surto uma "emergência pública de saúde de interesse
internacional". Desde que a nova variante foi registrada pela primeira vez
na República Democrática do Congo (RDC), já foram confirmados casos em Burundi,
Quênia e Ruanda, além do caso da Suécia.
De acordo com dados do CDC, já foram registrados no
continente africano 38.465 casos de mpox e 1.456 mortes desde janeiro de 2022 -
mas os números englobam diferentes cepas virais. O vírus é transmissível por
contato muito próximo e relações sexuais.
Os sintomas da mpox, que antes era conhecida como varíola
dos macacos, costumam aparecer de seis a 13 dias após a infecção e consistem em
febre, dor de cabeça, dor muscular e lesões na pele. A maioria das pessoas
apresenta sintomas brandos a moderados. Entretanto, indivíduos com o sistema
imunológico prejudicado podem desenvolver casos mais graves.