Reuters -24/10/2023 14:42
As Forças Armadas dos Estados Unidos estão tomando novas
medidas para proteger suas tropas no Oriente Médio, à medida que aumentam as
preocupações com os
ataques de grupos apoiados pelo Irã, e estão deixando em aberto a
possibilidade de retirada de famílias de militares, se necessário, informaram
autoridades à Reuters.
As medidas incluem aumento das patrulhas militares dos
Estados Unidos, restrição do acesso às instalações de base e aumento da coleta
de informações de inteligência, inclusive por meio de drones e outras operações
de vigilância, disseram as autoridades, falando sob condição de anonimato.
As Forças Armadas dos EUA também estão reforçando o
monitoramento das torres de vigia nas instalações militares dos EUA, aumentando
a segurança nos pontos de acesso às bases e ampliando as operações para
combater a possível entrada de drones, foguetes e mísseis, segundo as
autoridades.
O novo pacote de medidas de proteção das Forças Armadas
norte-americanas não foi relatado anteriormente.
“Com o aumento do número de ataques e tentativas de ataques
a locais militares dos EUA, a revisão contínua de nossas medidas de proteção da
força é fundamental”, disse o general do Exército dos EUA Michael “Erik”
Kurilla, chefe do Comando Central dos EUA, em um comunicado à Reuters.
As forças dos EUA no Iraque e na Síria têm sido
repetidamente alvejadas desde o início do conflito
entre Israel e Gaza, em 7 de outubro. Os ataques causaram ferimentos leves
em quatro membros do serviço militar dos Estados Unidos até o momento e em
cinco contratados militares dos EUA, todos os quais retornaram ao trabalho,
afirmou uma das autoridades.
Na semana passada, na costa do Iêmen, um navio de guerra dos
norte-americano abateu mais de uma dúzia de drones e quatro mísseis de cruzeiro
disparados pelos Houthis apoiados pelo Irã.
O aumento das tensões colocou a equipe dos EUA em alerta
constante. Durante um alarme falso na base aérea de Al-Asad, no Iraque, na
quinta-feira (19), um civil contratado morreu de parada cardíaca.
Uma autoridade militar dos estadunidense, falando sob
condição de anonimato, não disse especificamente o que poderia desencadear a
retirada das famílias dos militares norte-americanos posicionados em locais do
Oriente Médio como o Barein, sede da Quinta Frota da Marinha dos EUA.
“Analisamos continuamente e, se acharmos que a ameaça está
subindo a um nível que ameace os dependentes de nossos membros do serviço na
(região), erraremos por precaução”, disse a fonte à Reuters.
Autoridades do governo Biden, incluindo o secretário de
Defesa Lloyd Austin, alertaram sobre o risco de uma grande escalada nos ataques
às tropas norte-americanas no Oriente Médio e que o Irã poderia tentar ampliar
a guerra entre Israel e Hamas.
“Vemos a perspectiva de uma escalada muito mais
significativa contra as forças e o pessoal dos EUA no curto prazo e, sejamos
claros, o caminho leva de volta ao Irã”, disse uma autoridade de alto escalão
da defesa a repórteres do Pentágono na segunda-feira (23).