r7 -05/01/2024 13:06
Autoridades da província japonesa de Ishikawa, a mais
atingida pelo terremoto
de 7,6 graus na escala Richter ocorrido na segunda-feira (1º),
elevaram nesta sexta-feira (5) o número de mortos para 94 e o de desaparecidos
para 242, com pouca esperança de encontrar mais sobreviventes.
As cidades com o maior número de desaparecidos são duas das
mais atingidas pelo terremoto, Wajima e Suzu, onde desabaram muitas casas, e os
esforços de resgate continuam, apesar do limite de 72 horas após o qual é muito
difícil encontrar sobreviventes.
A Guarda Costeira japonesa também está procurando desde
ontem, com ajuda de um avião e um barco, pessoas que possam ter sido arrastadas
pelo tsunami — foram registradas elevações de até 1,2 m no nível do mar —
desencadeado pelo terremoto que atingiu a região central do Japão no início da
semana.
Especialistas também alertaram sobre tremores secundários ao
longo desta semana e da próxima, que podem ser de grande intensidade, assim
como sobre as chuvas que estão afetando a área, que podem causar deslizamentos
de terra e também dificultar os esforços de resgate.
Em Wajima, pelo menos 55 pessoas morreram, enquanto 23
morreram em Suzu e municípios como Hakui, Noto e Anamizu somam mais de 12.
A boa notícia do dia foi o resgate com vida de uma mulher
octogenária em Suzu, que foi encontrada sob os escombros de sua casa por um cão
de resgate da brigada de incêndio de Osaka (oeste do Japão).
A Agência Nacional de Polícia (NPA) já enviou 1.100 membros
para a região, enquanto o número de membros das Forças de Autodefesa (Exército)
dobrou para quase 5.000.
Até o momento, mais de 30 mil pessoas permanecem desalojadas
em 370 abrigos diferentes em Ishikawa, onde cerca de 160 pessoas ainda estão
isoladas devido a estradas danificadas.
Cerca de 27 mil residências na região ainda estão sem
eletricidade e 68 mil estão sem água.
O terremoto, que atingiu a península de Noto — uma área
conhecida por ter falhas ativas — na segunda-feira, teve seu epicentro 30 km a
nordeste de Wajima e atingiu o nível 7 na escala fechada de 7 do Japão, que se
concentra no poder destrutivo do tremor.
Este terremoto já é visto como o mais devastador no Japão
desde 2011, um tremor de 9,0 graus que provocou um tsunami que deixou mais de
20 mil mortos e desencadeou o desastre nuclear de Fukushima, o pior desde
Chernobyl (Ucrânia) em 1986.