cnn -14/10/2024 13:11
Saara tem
chuva, mas geralmente apenas alguns centímetros por ano e raramente no final do
verão; durante dois dias em setembro, no entanto, chuvas intensas caíram no
sudeste do Marrocos
Imagens impressionantes do Deserto do Saara mostram grandes
lagos escavados em dunas de areia onduladas depois que um dos lugares mais
áridos e estéreis do mundo foi atingido por suas primeiras enchentes em
décadas.
O Saara tem chuva, mas geralmente apenas alguns centímetros
por ano e raramente no final do verão. Durante dois dias em setembro, no
entanto, chuvas intensas caíram em partes do deserto no sudeste do Marrocos,
depois que um sistema de baixa pressão avançou pelo noroeste do Saara.
Dados preliminares de satélite da NASA registraram quase 200
mm de chuva em algumas partes da região.
Errachidia, uma cidade desértica no sudeste do Marrocos,
registrou quase 76 mm de chuva, a maior parte em apenas dois dias no mês
passado. Isso é mais de quatro vezes a precipitação normal para todo o mês de
setembro, e equivale a mais da metade do valor de um ano para esta região.
“Fazia 30 a 50 anos que não chovia tanto em tão pouco
tempo”, disse Houssine Youabeb, da agência meteorológica do Marrocos, à agência
de notícias AP na semana passada.
À medida que a chuva caía sobre o deserto, ela criava uma
nova paisagem aquática em meio às palmeiras e à flora arbustiva.
Algumas das imagens mais dramáticas são da cidade desértica
de Merzouga, onde o raro dilúvio esculpiu novos lagos nas dunas de areia.
Os reflexos das palmeiras da cidade agora brilham na
extensão de uma nova lagoa, emoldurada por íngremes dunas de areia.
A chuva também encheu lagos que normalmente são secos, como
um no Parque Nacional de Iriqui, o maior parque nacional do Marrocos.
Embora grande parte da chuva tenha caído em áreas remotas
pouco povoadas, parte dela caiu em cidades e vilas do Marrocos, causando
inundações mortais no mês passado, que mataram mais de uma dúzia de pessoas.
O Saara é o maior deserto não polar do mundo, estendendo-se
por 9,3 milhões km². Imagens de satélite de setembro mostraram grandes faixas
dele cobertas de verde enquanto as tempestades avançavam mais para o norte do
que o normal, um fenômeno que alguns estudos associaram às mudanças climáticas
causadas pelo homem.
De acordo com pesquisas recentes, eventos de chuva mais
extremos podem ser esperados no Saara no futuro, já que a poluição por
combustíveis fósseis continua aquecendo o planeta e interrompendo o ciclo da
água.