agencia brasil -14/10/2023 20:52
O pequeno município de Tefé, no Amazonas, teve o privilégio
de ser o primeiro lugar no país a acompanhar neste sábado (14) o eclipse anular
do sol. O fenômeno teve início às 13h29 no horário local e atingiu o ápice às
15h11. Durante cinco minutos, sol, lua e Terra ficaram alinhados. Ao olhar para
o céu, o disco solar ficou quase todo coberto e escuro, apenas com uma borda
fina luminosa à vista, lembrando um anel.
O evento no país e em outras partes do mundo foi transmitido
durante o dia no canal do Youtube do Observatório Nacional, órgão ligado ao
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Com a ajuda de parceiros locais, e órgãos internacionais
como Time and Date e a Nasa, o eclipse anular pôde ser visto numa
faixa de 200 quilômetros, que foi da costa oeste dos Estados Unidos até o
extremo leste do Brasil. A anularidade também foi vista no México, Belize,
Guatemala, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá e Colômbia.
No Brasil, o eclipse anular ocorreu em cidades localizadas
no Norte e Nordeste: Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Tocantins, Rio
Grande do Norte e Pernambuco. No restante do país, o fenômeno foi parcial.
O professor de física Ariel Adorno se emocionou ao acompanhar o eclipse
em Juazeiro do Norte, na Universidade Federal do Ceará.
"Um eclipse igual a esse aconteceu em novembro de 1994
e, na época, eu morava em Goiânia. A razão de eu ter feito Física foi esse
eclipse. A gente espera que, pela quantidade de pessoas atingidas hoje, esse
eclipse também provoque mudanças nas vidas delas para o bem. Especialmente para
o lado da ciência. Eu me emocionei algumas vezes. Chorei vendo hoje esse
eclipse, lembrando de tudo o que eu passei até chegar aqui", disse Ariel.
Dúvidas
Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional,
coordenou a transmissão visualizada por milhares de pessoas, e esclareceu as
principais dúvidas sobre o eclipse – notadamente se o fenômeno pode ser
considerado raro.
“O que causa essa sensação de raridade é que, quando ele
acontece, só pode ser visto em alguns lugares do planeta. Como a sombra da lua
é pequena, só atinge a Terra em uma faixa estreita. E aí, poucas pessoas entram
nesse caminho da anularidade ou da totalidade do eclipse. A maioria o vê como
parcial. Mas ele ocorre de anos em anos, com alguma regularidade no planeta”,
disse Josina.
Como referência, o último eclipse anular do sol aconteceu em
junho de 2021, mas não foi visível no Brasil. E o próximo vai ser no 2 de
outubro de 2024, também sem poder ser observado por aqui. No Brasil, o fenômeno
só vai voltar a ser visível no dia 6 de fevereiro de 2027 e, mesmo assim, só de
forma completa no Rio Grande do Sul.