cnn -03/10/2024 06:06
O cruzeiro Villa Vie Odyssey deixou Belfast, na Irlanda
do Norte, na segunda-feira (30), após ter sua partida adiada várias vezes. No
entanto, a empolgação dos passageiros foi rapidamente interrompida por outro
atraso: como o navio ancorou fora do porto, teve de aguardar a finalização de
uma documentação para zarpar. Ao todo, a viagem deve durar três anos e meio.
O antigo navio da Fred. Olsen Cruises deixou Belfast por
volta das 23h30 do dia 30 de setembro, após meses de contratempos. “Estamos
animados e aliviados”, disse a passageira Lanette Canen pouco antes
da partida do Odyssey. “Estamos no nosso ponto de reunião fazendo os exercícios
de segurança agora. [Villa Vie] conseguiu! Só vemos sorrisos por aqui.”
Como a startaup de cruzeiros residenciais Villa Vie Residences trabalhou
muito para finalmente zarpar, partir foi um alívio. O CEO da Villa Vie, Mike
Petterson, disse que embarcar “é uma sensação incrível”, mas o processo para
que isso acontecesse foi dificílimo. “Envelheci 15 anos em seis meses. Sinto
como se tivesse dado à luz”, comentou.
O Villa Vie Odyssey estava ancorado na costa de Belfast,
conforme o site de rastreamento marinho Vesselfinder, até a terça-feira da
semana passada. O site do Porto de Belfast previa a partida para o fim do dia,
às 23h.
“Vamos permanecer na área de Belfast até que toda a papelada
administrativa seja assinada”, Petterson disse à CNN Travel.
Petterson explicou que o atraso foi causado por um
processo de certificação mais longo do que o normal. O navio, que era chamado
Braemar, foi construído em 1993, mas está sendo avaliado segundo os padrões de
um novo meio de transporte, explicou Petterson.
O navio passou pelos testes finais no início deste mês e
estava aguardando a liberação da guarda costeira, que veio há poucos dias,
sendo que os passageiros esperavam partir em maio. A frustração e os
desentendimentos cresceram ao longo dos meses.
Os passageiros foram mandados de volta para casa enquanto
aguardavam a liberação para zarpar. Alguns, como Canen e seu parceiro, Johan
Bodin, aproveitaram para viajar enquanto o navio permanecia no porto de
Belfast.
O casal — que antes morava no Havaí — pagou US$ 100 mil
(R$ 544,3 mil) pela cabine, que será deles enquanto o navio existir, por cerca
de 15 anos. Eles pagam também uma taxa mensal de US$ 3500 (R$ 19 mil) para
permanecer a bordo. Os preços são variáveis.
O Villa Vie não é o primeiro cruzeiro prolongado a enfrentar
problemas. Outra empresa, Life at Sea Cruises, também havia planejado
uma viagem de três anos ao redor do mundo — o primeiro do tipo com um preço
relativamente acessível — para 2023. No entanto, a saída foi adiada várias
vezes, até ser cancelada definitivamente em novembro.
A diferença crucial para o Villa Vie? Ele tem um navio e
passageiros a bordo.