metropoles -20/08/2024 20:10
A mpox voltou a ser considerada uma preocupação de saúde
pública mundial. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, na quarta-feira
(14/8), que a doença voltou a ser uma emergência sanitária internacional
após evidências mostrarem que a nova variante do vírus é mais letal e infecciosa do que a versão prevalente
no surto de 2022.
A mpox é uma doença viral transmitida pelo vírus monkeypox, da mesma família do vírus que causa a
varíola. O sintoma mais característico da doença é a formação de
pequenas feridas na pele, que se desenvolvem lentamente e demandam um doloroso
processo de cicatrização.
Feridas são principal preocupação da mpox
Os primeiros sintomas da mpox são febre, dor de cabeça, dor
no corpo e nas costas. Em seguida, geralmente após três dias, aparecem inchaço
nos linfonodos (ínguas) e erupções pelo corpo no formato de bolinhas. Essas
lesões se distribuem, principalmente, no rosto, nas mãos, nos pés e nos órgãos
genitais.
As feridas costumam ser levemente elevadas, como da acne, e
preenchidas com líquido. “Essas lesões aparecem em estágios uniformes, o que as
diferencia de outras doenças. Na catapora, por exemplo, há lesões muito
recentes convivendo com outras em crostas, quase cicatrizadas. Na mpox, elas
evoluem em conjunto, em semelhança clínica com a varíola”, explica o
infectologista e patologista clínico Celso Granato, representante da Sociedade
Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML).
As bolinhas aparecem aos milhares e até no interior de
mucosas, como a boca, o nariz e o ânus. “A gente sabe que as lesões podem ser
dolorosas, e muitas no que vimos na mpox em 2022, elas se concentraram na
região onde houve o contato, na região genital ou na oral, principalmente”,
indica a infectologista Mirian Dal Ben, do Sírio-Libanês em São Paulo.
Durante a evolução da doença, elas viram crostas, que secam
e caem. Além disso, se as bolinhas estourarem antes de secar completamente, o
líquido que sai das lesões aumenta as chances de contaminação.
“Não é recomendado que o paciente estoure as bolhas, o melhor
é evitar tocar as lesões e lavar as mãos várias vezes ao dia . Caso seja
necessário alguma intervenção em alguma das feridas, ela deve ser realizada por
um profissional de saúde. As crostas, na maioria dos casos secam e caem
espontaneamente”, orienta a infectologista Joana Darc Gonçalves da Silva, de
Brasília.
Os sintomas da mpox começam a aparecer de 3 a 21 dias após o
contágio. Após o desaparecimento das lesões, a pessoa deixa de transmitir a
doença. Isso costuma ocorrer, em casos que têm boa evolução, de 2 a 4 semanas
após o início dos sintomas.
Em algumas pessoas, especialmente imunocomprometidos, crianças e gestantes, a
doença pode levar a complicações e até à morte. O sistema imunológico
enfraquecido permite o ataque de infecções oportunistas causadas por bactérias.
Como se proteger da mpox?
Para reduzir o risco de infecção, os especialistas
recomendam que se limite ao máximo o contato com pessoas que estão sob suspeita
de mpox. Com isso recomenda-se :
Evitar sair de casa se estiver com sintomas da doença (ou
até caírem as crostas);
Não
manter relações sexuais se tiver sintomas suspeitos ou se encontrou alguém que
apresentou os sintomas;
Higienizar as mãos com água e sabão sempre;
Evite compartilhar objetos de uso pessoal.