r7 -19/10/2024 19:30
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou,
nesta semana, a composição das vacinas contra influenza (causador da gripe) que
serão usadas no Brasil, em 2025. Os novos padrões seguem as orientações da
Organização Mundial da Saúde (OMS), que analisa regularmente todos os subtipos do vírus
da gripe que circulam com maior frequência, já que constantemente se
adaptam ao meio e sofrem mutações.
Anualmente, a agência reguladora atualiza a composição de
cepas (tipos de vírus) das vacinas contra influenza, conforme as recomendações
da OMS para o Hemisfério Sul.
O objetivo é melhorar a eficácia da imunização contra gripes
e resfriados, frente à constante variação das cepas em circulação, e dessa
forma reduzir as internações e mortes associadas à gripe.
Durante a 20ª Reunião Ordinária Pública da Diretoria
Colegiada da Anvisa, Meiruze Freitas, da segunda diretoria da agência, explicou
que “a atualização regulatória deve garantir que o Brasil esteja preparado para
enfrentar os desafios
apresentados pela influenza, oferecendo vacinas que atendam às necessidades
regionais e globais, sempre com foco na proteção da saúde pública”.
As novas composições das vacinas contra influenza são para
os tipos trivalente, que protege contra três tipos de vírus da gripe; quadrivalente,
com quatro subtipos de vírus; e o tipo que não usa a proteína do ovo de galinha
na produção. As definições das vacinas contra influenza para 20255 estão
disponíveis no site da Anvisa.
Resolução
Pela primeira vez, os diretores da Anvisa atualizaram a Resolução
da Diretoria Colegiada que regulamenta a composição das vacinas influenza
sazonais usadas no Brasil. O objetivo é permitir o uso de vacinas adequadas às
recomendações feitas aos países do Hemisfério Norte, em caráter excepcional.
A permissão valerá para tanto para os imunizantes que serão
comercializados no próximo ano, como para os usados exclusivamente na campanha
de vacinação conduzida pelo Ministério da Saúde, conforme o Programa Nacional
de Imunizações (PNI).
A autorização é exclusiva para campanhas de vacinação do
Ministério da Saúde em regiões específicas, como o Norte, que tem perfil
epidemiológico distinto do restante do país.
A diretora Meiruze Freitas, também relatora da matéria,
destacou a importância de uma estratégia de vacinação flexível que garanta o
acesso a vacinas eficazes e seguras para proteger a população, considerando as
condições epidemiológicas e climáticas das regiões brasileiras, como nos
estados que apresentam o chamado inverno amazônico, período de maior circulação
viral e de transmissão da gripe.
Desde 2023, o Ministério da Saúde mudou a estratégia de
imunização local para atender às particularidades climáticas desta região.
“A Região Norte possui um padrão distinto das demais regiões
brasileiras, devido ao seu clima tropical úmido durante o inverno amazônico –
que vai de novembro a maio – quando ocorrem chuvas intensas e temperaturas mais
amenas. Isso contribui para o aumento das doenças respiratórias, incluindo a
influenza, em contraste das regiões Nordeste, Centro-oeste, Sul e Sudeste”,
explicou.
Em 2025, as vacinas de influenza que seguem as recomendações
da OMS para o Hemisfério Norte, temporada 2024/2025, para os tipos trivalente;
quadrivalente e as vacinas não baseadas em ovos.
CAMPANHA
As vacinas oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são
testadas e seguras. Este ano, a Campanha de Vacinação contra a Influenza, do
Ministério da Saúde, priorizou grupos de risco, como idosos, gestantes,
crianças, profissionais de saúde e pessoas com comorbidades, dentre outros.
A pasta destaca que a vacina protege contra a gripe e também
ajuda a reduzir a sobrecarga no sistema de saúde, que pode ser agravada pela
ocorrência simultânea de outras doenças respiratórias, como a covid-19,
bronquite crônica e pneumonia.