folhapress -21/08/2025 21:58
O pastor Silas Malafaia admitiu a hipótese de ser preso após ser alvo de operação da Polícia Federal que terminou com seu celular e seu passaporte apreendidos. "Todo desfecho é possível em relação a esse ditador", afirmou à reportagem após trocar seu número de telefone.
Pelo novo aparelho, Malafaia reiterou sua disposição de
enfrentar Alexandre de Moraes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e
relator do inquérito que o investiga junto com o ex-presidente Jair Bolsonaro e
o deputado Eduardo Bolsonaro, ambos do PL.
"Tudo é possível [sobre possibilidade de prisão], mas
eu não tenho medo disso. Ele está no último suspiro, sabe?"
Ele afirma que Moraes é o "maior responsável"
pelas sanções que o Brasil vem recebendo dos EUA, como o tarifaço sobre
produtos nacionais.
O líder evangélico diz que Moraes está "no último
suspiro" e que "vai chegar a hora de ele cair", evocando uma
"justiça divina" para tanto.
Malafaia chamou de "aberração" a apreensão de seu
passaporte e a divulgação de conversas privadas, como uma que em rotula Eduardo
Bolsonaro de "idiota", em troca de mensagens com o pai dele, Jair.
O pastor diz não ver por que ter seu passaporte retido.
"Eu estava lá em Portugal, se eu quisesse fugir eu não voltava. A notícia
saiu quinta-feira na Globonews [sua inclusão como investigado], e eu já estava
lá. Alguns amigos meus disseram: 'não volta, não'."
As autoridades também confiscaram cadernos com anotações de
Malafaia. Ele as definiu como "material teológico" e roteiro para os
vídeos que divulga na internet. Gravou um nesta quarta (20), após seu encontro
com os policiais.
A Polícia Federal afirma ter identificado que Malafaia,
"conhecido líder religioso", atuou em articulação com outros
investigados "na definição de estratégias de coação e difusão de narrativas
inverídicas, bem como no direcionamento de ações coordenadas".
Para os investigadores, o objetivo do pastor seria
"coagir os membros da cúpula do Poder Judiciário, de modo a impedir que
eventuais ações jurisdicionais proferidas no âmbito do Supremo Tribunal Federal
(STF) possam contrapor os interesses ilícitos do grupo criminoso".