cnn -03/01/2024 18:56
O Tribunal Regional do distrito de Berna-Mittelland, na
Suíça, decidiu anular a sentença que condenava Cuca por estupro de
uma menor de idade, episódio ocorrido no país durante excursão do Grêmio à
Europa em 1987.
A juíza Bettina Bochsler acatou argumentação da defesa do
treinador de que Cuca
foi condenado à época sem representação legal. Por isso, no
entendimento de seus advogados, teria direito a um novo julgamento.
Segundo as autoridades suíças, porém, isso não seria
possível pois o crime já estava prescrito. O Ministério Público, então, sugeriu
a anulação da pena e o fim do processo. O desfecho do caso foi revelado
pela Folha de S. Paulo e confirmado pela CNN Brasil.
Indenização de R$ 55 mil
O encerramento do processo não significa que Cuca tenha sido
inocentado, mas sim que o caso foi concluído por ausência de representação
legal. Por irregularidade no julgamento, a juíza Bettina Boschler determinou
uma indenização do Estado suíço a Cuca no valor de 9.500 francos, o equivalente
a R$ 55 mil.
Hoje eu entendo que deveria ter tratado desse assunto antes.
Estou aliviado com o resultado e convicto de que os últimos 8 meses, mesmo
tendo sido emocionalmente difíceis, aconteceram no tempo certo e de Deus
Cuca, por meio de sua assessoria
O caso ganhou grande repercussão midiática no ano passado,
quando o técnico foi contratado pelo Corinthians. Imediatamente após o anúncio,
em abril, houve um forte movimento de protesto à contratação do treinador por
parte de torcedores corintianos.
Manifestação da torcida
Em sua primeira entrevista coletiva como técnico do
Timão, Cuca
se disse inocente. Do lado de fora do CT alvinegro, cerca de 200 torcedores
realizaram uma manifestação contra a chegada do profissional ao clube.
A passagem de Cuca pelo Corinthians durou
apenas seis dias e duas partidas (derrota para o Goiás, pelo
Brasileirão, e vitória
sobre o Remo, na Copa do Brasil). Ele chegou a um acordo amigável com a
diretoria corintiana pelo fim do contrato, que era válido por um ano. Desde
então, não voltou a trabalhar no futebol.
O caso
Cuca, ainda como jogador do Grêmio, participou de uma
excursão com o time para a Europa em 1987. Na Suíça, ele e outros três
jogadores, Eduardo Hamester, Henrique Etges e Fernando Castoldi, foram detidos
sob a alegação de terem feito sexo sem consentimento com Sandra Pfäffli, que na
época tinha 13 anos. Eles foram detidos, mas liberados um mês depois.
O Grêmio indicou um advogado para defender Cuca e outros
dois envolvidos, mas este deixou a defesa dos atletas um ano antes do
julgamento. Fernando Castoldi foi defendido por outro advogado.
Em 1989, dois anos depois do caso, Cuca, Eduardo e Henrique
foram condenados a 15 meses de prisão e multa, mas não tiveram representação
legal no julgamento, em um processo que contou com a instrução de um promotor
de acusação. Fernando foi absolvido da acusação por ter sido considerado apenas
cúmplice.
Cuca contratou advogada após sair do Corinthians
Após a saída do Corinthians, no ano passado, Cuca contratou
uma advogada, que pediu a íntegra do processo para construir a defesa e
solicitar a reabertura do caso, alegando que a falta de representação legal
poderia inocentá-lo.
A solicitação foi acatada pelo Tribunal Regional do distrito
de Berna-Mittelland no fim de novembro e o julgamento de 1989, anulado. A
decisão beneficia apenas Cuca, e não os outros ex-jogadores do Grêmio
envolvidos.
Anulado o processo e prescrito o caso, não poderá haver novo
julgamento.
Filha de Cuca se pronuncia
Além da declaração de Cuca por meio de sua
assessoria, uma das filhas do treinador, Maiara Stival, usou as redes sociais
para se pronunciar sobre a anulação da condenação por estupro