noticias ao minuto -26/07/2025 17:06
Notícias e postagens nas redes sociais nos lembram constantemente de que deveríamos dormir mais. Provavelmente, você já ouviu isso várias vezes: dormir pouco faz mal para o cérebro, para o coração e para a saúde em geral — sem falar na pele e no desejo sexual.
Mas e quando o assunto é dormir demais? Relatos recentes
indicam que dormir mais de nove horas por noite pode, na verdade, ser pior para
a saúde do que dormir pouco.
Afinal, de quanto sono realmente precisamos? E de que
forma o excesso de sono pode afetar nossa saúde?
Durante o sono, o corpo passa por processos fisiológicos
fundamentais que permitem que tudo funcione corretamente quando estamos
acordados. Isso inclui a recuperação muscular, a consolidação da memória e o
equilíbrio emocional.
A Sleep Health Foundation, principal organização sem fins
lucrativos da Austrália dedicada à saúde do sono, recomenda que adultos durmam
entre sete e nove horas por noite. Algumas pessoas, no entanto, funcionam bem
com menos de sete horas — são os chamados "dormidores curtos
naturais".
Para a maioria das pessoas, porém, dormir menos do que sete
horas tem impactos negativos. A curto prazo, uma noite mal dormida pode causar
fadiga, mau humor, aumento do estresse e dificuldade de concentração no
trabalho.
A longo prazo, a privação de sono de qualidade se torna um
fator de risco importante para vários problemas de saúde. Está ligada a doenças
cardiovasculares (como infarto e AVC), distúrbios metabólicos (como diabetes
tipo 2), questões de saúde mental (como depressão e ansiedade), certos tipos de
câncer e até aumento no risco de morte.
Fica claro que dormir pouco faz mal. Mas e dormir demais?
Um estudo recente revisou dados de 79 pesquisas anteriores
que acompanharam pessoas por pelo menos um ano, avaliando como a duração do
sono influenciava o risco de doenças e de morte.
Os pesquisadores observaram que quem dormia menos de sete
horas por noite tinha 14% mais risco de morrer durante o período analisado, em
comparação com pessoas que dormiam entre sete e oito horas. Isso confirma os já
conhecidos efeitos negativos da má qualidade do sono.
Porém, o estudo também mostrou que pessoas que dormiam mais
de nove horas por noite tinham um risco 34% maior de morte do que aquelas que
dormiam entre sete e oito horas.
Uma análise semelhante feita em 2018, com dados de 74
estudos, também apontou um aumento de 14% no risco de morte entre quem dormia
mais de nove horas.
Outros estudos ligam o sono excessivo a problemas como
depressão, dor crônica, ganho de peso e distúrbios metabólicos.
Isso pode soar alarmante, mas é importante lembrar: esses
estudos mostram apenas uma associação — não que dormir demais cause esses
problemas ou a morte.
Então, por que dormir demais está relacionado a problemas
de saúde?
Vários fatores podem influenciar essa relação. Pessoas com
doenças crônicas frequentemente dormem mais, seja por cansaço, por efeitos
colaterais de medicamentos ou por tentarem compensar noites mal dormidas.
Também é comum que fatores como sedentarismo, obesidade e tabagismo estejam
presentes nesses casos — todos ligados à má qualidade do sono.
Ou seja, dormir demais pode ser consequência de um problema
de saúde — e não a causa.