r7 -21/07/2024 20:57
A equipe econômica oficializará, nesta segunda-feira
(22), o congelamento de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024. A suspensão dos valores
constará do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, a ser enviado na
tarde de segunda ao Congresso Nacional.
Na última quinta-feira (18), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, antecipou o anúncio do congelamento, em
meio à disparada do dólar às vésperas do envio do relatório. Dos R$ 15 bilhões
a serem suspensos, R$ 11,2 bilhões serão bloqueados; e R$ 3,8 bilhões,
contingenciados.
Tanto o contingenciamento como o bloqueio representam cortes
temporários de gastos. O novo arcabouço fiscal, no entanto, estabeleceu
motivações diferentes. O bloqueio ocorre quando os gastos do governo crescem
mais que o limite de 70% do crescimento da receita acima da inflação. O
contingenciamento ocorre quando há falta de receitas que comprometem o
cumprimento da meta de resultado primário (resultado das contas do governo sem
os juros da dívida pública).
A distribuição dos cortes pelos ministérios só será
divulgada no fim do mês, quando for publicado um decreto presidencial com os
limites de gastos por ministérios. Pela legislação, o detalhamento do
congelamento deverá ser publicado até dez dias após o envio do relatório ao
Congresso.
Em março, o governo tinha bloqueado R$ 2,9 bilhões em gastos
discricionários (não obrigatórios) do Orçamento. O bloqueio foi necessário para
garantir o cumprimento do limite de gastos do arcabouço fiscal.
Com a aprovação da lei que retomou a cobrança do Seguro
Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (Dpvat), o
governo havia liberado os R$ 2,9 bilhões em maio. Isso ocorreu porque a lei
continha um “jabuti” que liberou R$ 15,8 bilhões do teto de gastos. A liberação
do dinheiro estava prevista no arcabouço fiscal, caso a arrecadação tivesse
crescimento acima do previsto. Em política, o termo jabuti significa a
inserção, em uma proposta legislativa, de um assunto sem relação com o texto
original.