Um pescador peruano que foi resgatado após 95 dias perdido no mar disse à CNN que sua fé e seu desejo de ver sua família novamente o mantiveram firme — junto com uma dieta de baratas, pássaros, peixes e, ocasionalmente, uma tartaruga.

“Primeiramente, foi minha fé em Deus. Porque falei com Ele por muitos dias. Porque o deixei saber o quão importante minha família era. Minha mãe, meu irmão, meus filhos”, disse Máximo Napa Castro – que atende pelo nome de Gatón – em uma entrevista com Jimena De La Quintana, da CNN.

Manter a esperança viva não foi fácil. Chegou a um ponto em que ele pensou que não queria mais viver.

“Eu até levei uma faca três vezes. Três vezes levei a faca porque não aguentava mais”, ele disse. “Mas eu disse a mim mesmo: Calma, Gatón. Você consegue. Você consegue.”

Ele disse que tinha embalado suprimentos suficientes para durar um mês. E depois daqueles primeiros 30 dias no mar, ele estava pronto para voltar para a terra. Mas foi quando o motor do seu barco parou de funcionar. Ele tentou muitas vezes fazê-lo funcionar novamente, mas sem sucesso.

A partir daí, ele sabia que tinha que racionar os poucos restos de comida e água que lhe restavam, esperando que durassem o suficiente para que alguém o encontrasse. Mas depois de mais um mês ou mais, sua comida acabou. Então, ele recorreu a medidas drásticas.

“Depois de janeiro e fevereiro, foi quando comecei a comer baratas e pássaros, vários tipos de peixes que por acaso pulavam no barco.”

Ele disse que tinha que caçar aqueles pássaros no meio da noite. Por volta de uma ou duas da manhã, eles descansavam em cima do barco dele e adormeciam. Quando isso acontecia, ele pegava um porrete, se esgueirava por trás deles e “pop”.

“Eu não queria fazer isso, mas não tive escolha. Era minha vida.”

Em um momento, ele até teve que caçar uma tartaruga – não pela carne, mas pelo sangue, já que não tinha mais nada para beber.

Pouco tempo depois, um sinal de esperança finalmente chegou.

Ele estava prestes a dormir dentro do seu barco. Mas apenas 30 minutos depois, ele ouviu uma voz alta gritando seu apelido: “Gatón!”

Era um socorrista em um helicóptero.

“Foi quando eu disse (a Deus): Você conseguiu! Você conseguiu!”

As pessoas a bordo do helicóptero gesticularam para ele, dizendo que outro barco chegaria em breve para levá-lo para casa.

Depois de cerca de uma hora, quando a noite caiu, ele finalmente viu as luzes do barco. Ele estava indo para casa.

“Foi algo sensacional”, disse ele.

Depois daqueles 95 dias excruciantes, ele agora diz que tem uma nova apreciação pela vida.

“Vou contar minha história para o mundo todo, para que o mundo saiba que Deus é tudo nessa vida, que a gente coloque a mão no peito e se encha de amor, dê amor. É disso que a gente precisa aqui na Terra.”