noticias ao minuto -26/02/2025 12:39
Olhos vermelhos, sensação de corpo estranho, ardência,
coceira e visão borrada são os sintomas da síndrome do olho seco que está
lotando os consultórios. Não é para menos. A OMS (Organização Mundial da Saúde)
aponta que a incidência da síndrome salta de 10% para 20% no verão entre
trabalhadores que abusam do ar-condicionado em ambientes fechados e sem
ventilação.
De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier,
Leôncio Queiroz Neto, a maioria dos pacientes trabalham em ambientes
bastante refrigerados e alguns ainda usam lente de contato que também ajuda a
reduzir a lubrificação do olho. Nessas condições o ar se torna muito seco e até
quem tem produção normal de lágrima pode sentir algum desconforto ocular,
afirma Queiroz Neto. O problema, ressalta, é que a exposição diária ao ar seco
pode fazer com que este incômodo progrida para uma alteração crônica do filme
lacrimal.
A situação fica pior ainda para quem trabalha o dia todo no
computador. Isso porque, explica, diante das telas piscamos menos e a posição
dos olhos facilita a evaporação da lágrima.
O especialista explica que baixa umidade dos ambientes
refrigerados está associada ao olho seco evaporativo, um aumento da evaporação
da lágrima que em 70% dos casos acontece por alterações nas glândulas de
meibômio que ficam nas bordas da pálpebra e secretam a camada gordurosa da
lágrima que impede este processo.
Fatores de risco
Queiroz Neto diz que o olho seco pode acometer tanto homens
como mulheres, mas a população feminina tem duas vezes mais chance de ter o
problema. Isso porque, a síndrome pode estar relacionada às oscilações no nível
do estrogênio durante a fase reprodutiva e à falta dele na pós menopausa.
Além do ar seco e alterações hormonais, Queiroz Neto aponta
outros fatores de risco:
Medicamentos Descongestionantes, anti-histamínicos,
tranquilizantes antidepressivos, diuréticos, pílula anticoncepcional,
anestésicos, beta bloqueadores, anticolinérgicos.
Doenças
Artrite, lúpus, sarcoidose, Síndrome de Sjögren, alergias e Parkinson
Lente de Contato
Hidrofílicas que se hidratam da lágrima
Idade
A partir de 65 anos nossos olhos reduzem em 60% a produção lacrimal.
Excesso de lágrima artificial irrita os olhos
O único colírio indicado na terapia de olho seco é a lágrima
artificial. Ao contrário do que muitos imaginam não é um medicamento
inofensivo. O oftalmologista conta que alguns pacientes instilam este tipo de
colírio até 10 vezes ao dia quando a indicação é de 4 vezes. O excesso provoca
irritação por causa dos conservantes. “Como diz o ditado – a diferença entre
veneno e remédio é a dose”, afirma. Nem a lágrima artificial é só uma “aguinha”
e é necessário analisar a lágrima para indicar o tratamento correto Isso porque
Quando a produção lacrimal é prejudicada por blefarite,
Queiroz Neto afirma que a aplicação de luz pulsada é o tratamento mais
indicado. Isso porque, desobstrui as glândulas de meibômio nas pálpebras e
restabelece a circulação da lágrima.
.Dicas de prevenção
O especialista diz que para estimular a produção da lágrima
o primeiro passo é beber 35 ml/quilo o que equivale a 2 litros/dia para uma
pessoa com 60 quilos. de água ao dia. “A alimentação deve incluir as
fontes de ácidos graxos encontrados na semente de linhaça, óleo de peixes e
amêndoas, além de frutas, verduras e legumes ricos em vitaminas A e E”, afirma
Nas atividades que exigem concentração visual como o uso de
computador Queiroz Neto ensina 3 dicas: posicionar a tela 30 graus abaixo da
linha dos olhos, fazer pausas de 5 minutos a cada hora de trabalho e piscar
voluntariamente. Seguindo estas orientações simples é possível ganhar mais
produtividade e conforto para os olhos, finaliza.