cnn -07/12/2023 15:56
O Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) decidiu retirar do
cargo o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, e ordenou que a confederação
brasileira convoque novas eleições em um prazo de 30 dias. Ainda nomeou para
comandar interinamente a entidade pelo período o presidente do Superior
Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), José Perdiz de Jesus.
Rodrigues vai recorrer ao STJ (Superior Tribunal de
Justiça), em Brasília. A cúpula da CBF enviou a algumas federações estaduais
cartas recebidas da Fifa e da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol)
que alertam que pelos regulamentos dessas entidades é proibida intervenção fora
do âmbito desportivo, que pode gerar sanções como suspensão da CBF.
Procurada pela Itatiaia, a direção da Fifa informou que
“está em contato com a CBF e monitorando a situação”.
Entenda o caso
O processo existe desde 2018, por iniciativa do Ministério
Público do Rio de Janeiro, ainda referente à eleição de Rogério Caboclo,
antecessor de Ednaldo. O MP questiona o estatuto da confederação por estar em
desacordo com a Lei Pelé porque prevê pesos diferentes para clubes nas votações
para escolha dos presidentes. Os dirigentes das 27 federações tinham peso 3 na
votação, contra peso 2 dos 20 clubes da Série A e peso 1 dos 20 da B.
A Justiça anulou em 2021 a eleição de Rogério Caboclo e
determinou uma intervenção na CBF, nomeando Rodolfo Landim, presidente do
Flamengo, e Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de
Futebol (FPF), como os interventores. Essa decisão foi cassada pouco tempo
depois.
A CBF e o Ministério Público fizeram um acordo extrajudicial
e assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). O estatuto mudou e os
pesos nos votos dos times das séries A e B ficou igual. Na nova eleição, em
2022, Ednaldo Rodrigues, que estava como presidente interino, foi eleito para
um mandato completo de quatro anos, a partir de 2023.
Gustavo Feijó, que era vice na época de Caboclo, acionou a
2ª instância. O pedido era que o TAC fosse anulado, e Ednaldo afastado,
alegando que o juiz de 1ª instância não tinha atribuição para homologar o TAC.
Foi isso que foi acatado nesta quinta-feira pelo TJ-RJ.
A Itatiaia apurou que a avaliação do estafe de
Ednaldo é que a decisão será revertida pelo STJ, mas que a situação pode
desgastar a imagem do presidente.