cnn -09/08/2024 10:11
O canoísta Isaquias Queiroz fez história mais uma
vez! Na manhã desta sexta-feira (9), o brasileiro chegou na segunda colocação
na final do C1 1000m e ficou com a prata na prova, cujo
atual campeão era justamente o atleta baiano.
A decisão ficou marcada pela arrancada de Isaquias
Queiroz, porta-bandeira
do Brasil na cerimônia de abertura, nos últimos 250 metros. Isso porque o
baiano ficou boa parte da prova alternando entre a quarta e a quinta colocação,
dando a impressão de que ficaria fora do pódio.
A reviravolta foi tamanha que Isaquias Queiroz ficou próximo
de chegar ao bicampeonato consecutivo. Ele fechou a prova com tempo de
3min44seg33, pouco atrás do tcheco Martin Fuksa, com 3min43seg16, e pouco à
frente do terceiro colocado, o moldavo Serghei Tarnovschi, com 3 min44seg68.
Isaquias Queiroz chega à quinta medalha olímpica, a
primeira em Paris 2024
Foi a quinta medalha olímpica de Isaquias Queiroz, a
16ª do Brasil em Paris 2024. O canoísta tinha conquistado três medalhas na
Rio 2016: prata na C2 1000m, ao lado de Erlon Souza, prata na C1 1000m e bronze
na C1 200m. Em Tóquio
2020, foi ouro
na C1 1000m.
“A sensação é de alívio, felicidade… muita felicidade. Não
foi um ano fácil para mim e para minha esposa. 2023 foi um ano diferente e
especial, quando eu percebi o que não é ser campeão mundial e superatleta e,
sim, ser um humano com problemas físicos e psicológicos. Tive que me remontar.
Tive que correr muito para ficar em forma. Não é fácil ficar fora de pódios”,
falou.
“No finalzinho da prova, eu lembrei que meu filho pediu a
medalha de ouro. A de ouro não deu, mas fico feliz de poder subir ao pódio e
agora vou entregar essa medalha para ele. Esse é o meu presente para todo mundo
do Brasil. Muito obrigado por acreditar em mim. Sou muito grato a todos pelo
reconhecimento. Hoje o Brasil inteiro sabe o que é a canoagem de velocidade.
Temos que mostrar o resultado para quem investe na gente. O Comitê Olímpico
Brasileiro (COB) tem nos ajudado ao longo dos anos. Então tive que sair com a
medalha para ajudar o Time Brasil”, avaliou.
A final do C1 1000m era a última chance de medalha de Isaquias
Queiroz na Olimpíada
da França, já que terminara a decisão
do C2 500m ao lado de Jacky Godmann na oitava colocação.
“Eu fiquei muito triste de não estar no pódio nas duplas. É
um peso que eu tiro das minhas costas agora. Poder chegar a Paris, ser medalhista
de prata e porta-bandeira. Lógico que a gente fica triste quando perde, ver os
adversários ganhando. Mas, acima de tudo, fica o respeito. Temos que aceitar
quando perdemos. Não significa que somos ruins, e sim que eles foram melhores.
Ganha quem tem a unha maior”, opinou.
Isaquias Queiroz no panteão dos maiores medalhistas
olímpicos do Brasil
Com a medalha nos Jogos
de Paris 2024, a quinta em três participações olímpicas, Isaquias Queiroz
se tornou definitivamente um dos maiores medalhistas olímpicos do Brasil. O
canoísta está atrás da ginasta Rebeca Andrade, que, com seis pódios, lidera o
ranking isoladamente.
Ela terminou a Olimpíada
da França com quatro medalhas: bronze na
final por equipes, prata no
individual geral feminino, prata no
salto e ouro
no solo. Em Tóquio
2020, a ginasta brasileira tinha sido ouro
no salto e prata
no individual geral.
Os velejadores Robert Scheidt e Torben Grael também
conquistaram cinco medalhas olímpicas. Robert Scheidt foi ouro em Atlanta 1996
e Atenas 2004 e prata em Sydney 2000 na classe Laser. Depois, ao lado de Bruno
Prada, foi prata em Pequim 2008 e bronze em Londres 2012 na classe Star.
Torben Grael foi ouro em Atlanta 1996 e Atenas 2004 na
classe Star, ambas com Marcelo Ferreira. Ainda conseguiu a prata em Los Angeles
1984 na classe Soling, com Daniel Adler e Ronaldo Senfft, e bronze na classe
Star em Seul 1988, com Nelson Falcão, e Sydney 2000, com Marcelo Ferreira.
Brasileiros com mais medalhas olímpicas na história
Rebeca Andrade (ginástica) — 2 ouros, 3 pratas e 1
bronze: total de 6 medalhas
Robert Scheidt (vela) — 2 ouros, 2 pratas e 1 bronze:
total de 5 medalhas
Torben Grael (vela) — 2 ouros, 1 prata e 2 bronze:
total de 5 medalhas
Isaquias Queiroz (canoagem) — 1 ouro, 3 pratas e 1
bronze: total de 5 medalhas