agencia brasil -30/05/2024 19:13
Ministério da Saúde trabalha com uma projeção de até 1,6 mil
casos de leptospirose registrados no Rio Grande do Sul em razão das enchentes
que atingiram municípios gaúchos ao longo das últimas semanas. O número é
quatro vezes maior que o total de casos da doença contabilizados ao longo de
todo o ano de 2023 no estado: 400 casos. O cenário epidemiológico foi divulgado
nesta quarta-feira (29) pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante
coletiva de imprensa em Porto Alegre.
“Vimos dados que mostram preocupação com leptospirose”,
disse, ao lembrar que cinco pessoas já morreram no Rio grande do Sul em razão
da doença após as enchentes. “Há tratamento para leptospirose e, por essa
razão, nós recomendamos – queria enfatizar isso – que não se espere a
confirmação do diagnóstico. Temos testes, o laboratório central está
processando esse material e isso é importante para que a gente conheça a
realidade. Mas o tratamento se dá a partir do momento em que se verificam os
sintomas.”
“Está havendo atendimento de saúde e é fundamental também,
naturalmente, que as pessoas não se automediquem”, destacou Nísia.
Representantes do Ministério da Saúde se
reuniram esta semana com gestores municipais da região, representantes da
Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), e sociedades científicas do Rio
Grande do Sul para discutir ações de enfrentamento a patologias causadas pelas
enchentes e pelos temporais que atingiram o estado nas últimas semanas.
Durante a coletiva, a ministra reforçou a necessidade de
combate à desinformação e pediu um ambiente que valorize as instituições.
“Precisamos da sociedade e do Estado, juntos. Isso é muito importante”, disse.
Segundo Nísia, não há, por exemplo, falta de vacinas no
estado, como vinha sendo veiculado por meio de fake news em redes
sociais. “O município havia sido invadido pela água, pôde se recuperar as
vacinas. A gente fica até emocionado e quero agradecer a todos os trabalhadores
da saúde e da gestão que fazem esse esforço hercúleo”.
A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela
bactéria leptospira, presente na urina de roedores e comumente adquirida
pelo contato com água ou solo contaminados. Na fase inicial da doença, os
pacientes podem sentir febre igual ou maior que 38 graus Celsius (°C), dor na
região lombar ou na panturrilha e conjuntivite. Os sinais de alerta para
gravidade, que podem aparecer a partir da segunda semana, envolvem sintomas
como tosse, hemorragias ou insuficiência renal.