moises eustaquio -23/08/2025 13:29
O Salto de Itapura, com suas quedas majestosas no Rio Tietê, era um verdadeiro ícone natural da região. Sua imponência não apenas moldava a paisagem, mas também carregava consigo histórias de povos, conquistas e desafios. Hoje, submerso pelas águas, o salto se perdeu para sempre. Com ele, desapareceu também uma oportunidade única de transformar o local em um polo de turismo natural e educacional, capaz de atrair visitantes e pesquisadores. O que restou é a memória de um patrimônio que não pode ser recuperado, lembrando-nos da importância de preservar nossos recursos antes
A beleza do Salto de Itapura poderia ter sido um motor de
desenvolvimento para a região. Imagina-se trilhas, mirantes e atividades de
ecoturismo que celebrassem a imponência da natureza local. Infelizmente, a
construção da hidrelétrica de Jupiá submergiu o salto, apagando definitivamente
sua presença física. A perda não é apenas paisagística, mas econômica e
cultural: um potencial turístico irreparável que jamais poderá ser explorado em
sua plenitude.
O rugido de suas águas já não ecoa. Submerso pelo avanço humano,
esse monumento natural que encantava gerações tornou-se apenas uma lembrança em
fotos antigas e relatos de moradores. O que poderia ter sido um destino de
referência, um ponto de encontro entre natureza e cultura, foi perdido para
sempre. Hoje, Itapura carrega consigo a saudade de seu salto, lembrando que
certas riquezas, uma vez perdidas, jamais poderão ser plenamente recuperadas.
Crítica e Conscientização
O desaparecimento do Salto de Itapura é um alerta sobre o
preço do progresso sem planejamento ambiental. Um dos maiores saltos do Rio
Tietê, com enorme potencial turístico e cultural, foi sacrificado em nome da
energia. O legado que poderia ter transformado a região em referência de
ecoturismo, educação ambiental e preservação histórica foi perdido. Resta-nos
apenas a memória e a reflexão: como equilibrar desenvolvimento e preservação
antes que outras riquezas naturais desapareçam para sempre?
A cidade foi significativamente impactada pela construção da
Usina Hidrelétrica de Jupiá, inaugurada em 1968. O alagamento do reservatório
resultante da usina submergiu a antiga cidade, incluindo o Salto de Itapura,
uma importante formação natural do Rio Tietê. No entanto, não há registros
públicos disponíveis que detalhem uma compensação financeira específica
recebida pelo município em decorrência dessa perda.
É importante destacar que, em contextos semelhantes, municípios
afetados por empreendimentos hidrelétricos, como a Usina de Itaipu, recebem
compensações financeiras por meio de royalties. Esses recursos são distribuídos
entre estados, municípios e órgãos federais, conforme estabelecido pela Lei
Federal nº 8.001/1990. No caso de Itaipu, por exemplo, 45% dos royalties são
destinados aos estados, 45% aos municípios e 10% a órgãos federais, com parte
dos recursos sendo direcionada aos municípios diretamente afetados pelo
reservatório da usina.
No entanto, para a Usina de Jupiá, não há informações
disponíveis que confirmem a existência de um programa de compensação financeira
semelhante. A falta de registros específicos dificulta a avaliação do impacto
econômico direto sobre Itapura.