Araras-Canindé são parte do cotidiano no centro de Andradina

Redação -12/10/2024 13:22


Elas são lindas, vivem na natureza, mas já fazem parte do cotidiano em Andradina. As imagens dessas Araras-Canindé foram registradas pelo repórter fotográfico do Impacto Online, Moisés Eustáquio, na manhã deste sábado 12, à margem da ferrovia, no centro comercial da cidade. As aves se alimentavam dos frutos da Sete Copas.

As Araras-Canindé também pertencem à família do psitacídeos e apresentam características comuns entre as outras espécies de araras.

Suas principais características morfológicas são seu menor tamanho, que pode atingir no máximo 86 cm e pesar entre 995 a 1380g, sua coloração inconfundível, sendo azul em seu dorso, amarelo no ventre, possuindo o rosto branco com penas faciais pretas junto a seu pescoço e a parte frontal de sua cabeça que é de cor verde. 

A espécie apresenta ampla distribuição pela América do Sul, sendo encontrada na Colômbia, Guianas, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e claro, no Brasil, além de também habitar países da América Central, como o Panamá. 


No Brasil, esta ave habita muitos biomas: da Mata Atlântica à Amazônia e do Pantanal ao Cerrado. Porém, com a quantidade excessiva de desmatamento e degradação de seus habitats pelos seres humanos, esta arara se adaptou à algumas cidades.

Elas conseguiram se adaptar ao meio urbano devido às árvores frutíferas presentes na cidade, das quais se alimentam, e por apresentarem locais adequados para sua reprodução.


Alimentação

Estas aves possuem uma alimentação muito variada, podem comer, principalmente, frutos e sementes, auxiliando em sua dispersão, mas também comem brotos, flores e néctar, além de predar algumas espécies vegetais.

Sua alimentação é ampla, devido ao fato desta ave verificar a disponibilidade e a facilidade na captura do alimento e também, o retorno energético que este alimento irá proporcionar, mas varia de acordo com a localidade.


Reprodução 

Para garantir o sucesso reprodutivo, a disponibilidade de ninhos é determinante. Dependem dos troncos de palmeiras mortas, utilizando pequenas aberturas que encontram que apresentam para construir seus ninhos. 

As araras aumentam essas aberturas para tornar o espaço mais adequado e utilizam esse mesmo ninho durante anos. 

Como muitos indivíduos habitam áreas urbanas, é de extrema importância que a cidade seja bem arborizada, para assim, conseguir manter as populações saudáveis, se reproduzindo adequadamente.

Além disso, fatores ambientais (como chuvas, temperatura e alimento disponível, entre outros) influenciam na época de reprodução, postura dos ovos e até mesmo na incubação deles. 

Porém, têm-se observado que nas cidades, outros fatores andam interferindo negativamente nesse processo, como ruídos sonoros urbanos. Mesmo assim, a arara-canindé tem se mostrado resiliente, e tem tido sucesso, pois segue conseguindo se reproduzir na cidade de Campo Grande, onde ocorrem nossas pesquisas com a espécie.

O período reprodutivo das Ara ararauna vai de julho a dezembro, podendo se estender até fevereiro do ano seguinte. Este período é designado a partir do momento que há um ninho ativo até o momento em que o último indivíduo juvenil sai do ninho e voa.


Ameaças

Principalmente pelo fato desta espécie estar bastante habituada nas cidades, os impactos urbanos se tornam frequentes, como por exemplo, a poluição sonora, eletrocussão em cabos elétricos, ataques por animais domésticos, colisão em prédios, acidentes com fios de pipa, atropelamentos e conflitos com seres humanos. 

A ação antrópica também é um fator determinante na saúde da espécie, como a destruição, poluição e desmatamento de seu habitat natural, além da caça para traficá-los como animais domésticos, fator que afeta mais de 38 milhões de animais por ano, ameaçando completamente a biodiversidade. 

Infelizmente, a Arara-Canindé é um dos psitacídeos mais capturado por traficantes na natureza aqui no país, devido a sua plumagem, a adaptação a outros ambientes e, por conseguir imitar palavras.


Seu estado de conservação a nível global, felizmente, é classificado como Menos Preocupante pela IUCN, porém suas populações seguem diminuindo por conta dos fatores mencionados anteriormente.

Por isso, é de extrema importância que a população continue se informando e que atividades de educação ambiental sejam desenvolvidas para que possamos melhorar a nossa relação com a fauna.