Saudades da minha terra natal! Vou voltar para minha terra

-08/05/2013 18:28

Em retorno à minha terra natal (Andradina-SP), não apenas constatei o processo de evolução ocorrido na cidade, como também fui testemunha do calor humano e da amizade que nos faz sentir necessidade de sempre regressar. Posso dizer com o coração aberto que minha cidade está linda, as pessoas calorosas e amigas como sempre, ou ainda, melhor do que antes, pois mesmo distante por um longo período de 22 anos, quando lá cheguei, foram de grande nobreza d’alma ao me receberem com carinho e atenção.  

Rever os familiares e amigos me causou grandes emoções, a voz embargava na garganta e as lágrimas que cobriam o meu rosto, originavam-se da felicidade de estar perto daqueles que amo e sempre amarei. O retorno à minha terra natal foi maravilhoso, passar alguns dias da primeira quinzena de agosto em Andradina recarregou meu coração e clareou minha mente, de que sempre posso retornar para o carinho daqueles que deixei na cidade, mas nunca saíram de meu coração.

Ao chegar a Andradina me recordei com saudades de meu querido pai dr. José Cardoso das Neves e minha mãe dra. Lourdes Silva Cardoso, ambos advogados dos quais herdei o amor pelo Direito e a certeza de que é preciso sempre trabalhar com ética e valores que nos permitam construir um mundo melhor.   

Foi com emoção que reencontrei pessoas que conheciam a história de meu avô, Sebastião Lourenço da Silva (in memoriam), que foi um importante desbravador e construtor de Andradina, homem simples e trabalhador trazia nas mãos as marcas daqueles que lutam incessantemente pelo desenvolvimento de uma cidade e, com liderança “arregaçam as mangas” e fazem a diferença.

Resgatei histórias da vida, caminhando nas ruas de Andradina e a cada instante, reencontrando velhos amigos e me emocionando com os relatos contados e recontados, como o de meu pai, que foi vereador por quatro mandatos consecutivos, um político sempre atuante e advogado militante no Tribunal do Júri e outras áreas do Direito, enquanto minha mãe foi professora e advogada, mulher de inegável inteligência e lucidez.   

Que orgulho senti na visita que fiz ao escritório do dr. Rogério, quando um sr. (cliente) amigavelmente acompanhado de sua esposa, dirigiu à minha pessoa, como “dra. Ninja”, quando perguntei o por quê?. Respondeu: A sra. dra. na eleição era invencível. Não fui nada humilde naquele momento.  Eu agradeci e fiquei feliz, porque na verdade, dava a minha vida pelo meu pai, hoje pelo meu filho, somos todos assim, movidos pelo amor.

Trabalhava com carinho e respeito de forma ativa e comprometedora no processo político, “pedindo votos”, “fazendo discursos políticos” a favor do meu pai, na sua ausência, queria ver o meu pai vencedor e lá ia, batia de “porta em porta”. “O que não se faz por amor?”.  

Assim, resgatei minha própria história, pois trilhei o caminho do Direito, dando continuidade ao trabalho de minha mãe, que junto a meu querido pai, buscou construir uma sociedade mais cidadã. Neste sentido, atuei na área criminal e outras áreas do Direito, defendendo réus com parcos recursos financeiros e realizando outras ações que me conferiram congratulações da OAB-Ordem dos Advogados do Brasil, pelos serviços prestados à sociedade.

Hoje, moro em Rondonópolis-MT, sou casada com o médico Francisco Carlos Amâncio, tenho um filho com 18 anos, Felipe Cardoso Amâncio e atuo como Procuradora Jurídica Municipal de Carreira, buscando sempre colocar o aprendizado de meus pais na prática cotidiana do trabalho: justiça e ética são os alicerces de minha atividade profissional, pois foi assim, que aprendi no seio de meu lar, com o exemplo e dignidade do dr. José e dra. Lourdes.

Aos 52 anos, tenho orgulho em dizer que “o tempo não apagou o meu desejo de buscar conhecimento e vencer as pequenas e grandes batalhas que a vida me impõe, assim, continuo uma principiante, pois, sempre busco com garra, tudo aquilo que acredito e, nas perdas, me fortaleço em Cristo”.

Olho para a vida como “eterna aprendiz” e, buscando retornar às minhas raízes, tive o prazer de passar a primeira quinzena de Agosto em Andradina, buscando na fé em Deus e no resgate de minha história, forças para continuar a luta diária em Rondonópolis-MT, trilhando como minha mãe, o caminho da Justiça.   

Muitas emoções foram reservadas por Deus para esta viagem. Assim, fui visitar a creche que tem o nome de minha mãe, sendo que, junto a minha amada irmã dra. Mariazinha, elaboramos a trajetória de sua vida, para deixar na referida instituição.

Não posso deixar de relatar que no momento em que eu entreguei a trajetória de vida da minha mãe na creche Lourdes Silva Cardoso, me emocionei com lembranças de minha infância e juventude.  Fui ainda, visitar a rRua com o nome do meu pai, Vereador José Cardoso das Neves, as lágrimas correram de meus olhos sem que eu tivesse forças para segurar, foi uma emoção inenarrável observar o reconhecimento da cidade ao trabalho digno e a luta de meus pais para construir esta Andradina, que hoje se descortinou sob meus olhos, com belezas impares.  

Muito obrigada, pelo carinho recebido de todos os meus familiares e amigos, anjos a mim legados por Deus, “vocês moram do lado esquerdo do meu peito”.  Depois de passar alguns dias do mês de agosto em Andradina, retornei a São Paulo na primeira semana de setembro e junto ao meu filho fui a Aparecida do Norte e na Canção Nova. Em São Paulo tive a oportunidade de assistir uma missa com o padre Marcelo Rossi, uma das emoções mais belas sentidas em toda a minha vida, é indescritível como em alguns momentos nos sentimos mais “pertos de Deus”, quando somos agraciados em conhecer uma alma tão nobre como a deste “servo”.  

Na missa do padre Marcelo eu ali esperando, tocar a minha musica, que deve ser a música de muitos irmãos, que se chama “Meu Mestre”, aquela que diz: “a minha vida é do mestre, meu coração é do meu mestre, o meu caminho é do mestre, minha esperança é meu mestre....”, a musica não vinha e eu ali esperando.  Porém, no momento que fomos comungar a música tocou e eu debulhei em lágrimas.

Para muitos, um exagero! Entre nós: “Julgamento é pecado”.  Mas na minha compreensão e também é preceito bíblico, devemos pedir a Deus em súplicas incessantemente e o mais importante, “por em ação”. Como é difícil!  Mas, tudo que fizermos em Cristo e por Cristo, buscando melhorias é pouco. Sendo assim, seguimos firme com a máxima: “tudo posso naquele que me fortalece”.  

É certo que, deixando Deus entrar na casa do nosso coração, o fardo será mais leve, porque nossa luta é constante. Somos todos pobres, pecadores e mortais em busca de melhorias.  Obrigada aos Andradinenses, cada um de vocês são e serão sempre carregados em meu coração, que tem a certeza de que 22 anos depois, ao retornar a esta cidade, me orgulho de dizer: SAUDADES DE MINHA TERRA, SAUDADES DE ANDRADINA...