A mesma ave que inspirou Luis Gonzaga e Humberto Teixeira a compor uma das mais conhecidas canções populares, Asa Branca, protagonizou uma cena das mais raras de se registrar no reino animal. Foi na tarde desta quinta-feira, 17, na antiga Rua Tamandaré, 499, bairro Pereira Jordão.

Estática, mais parecendo uma obra de arte que um ser vivo lá estava a mãe Asa-branca ou pomba-asa-branca, de pé, ao lado de um filhote que sucumbiu, sem forças e provavelmente ferido, após mais uma tentativa de voar.

A perplexidade e o amor de mãe pela cria, em seus últimos respiros, em meio à base de um suporte de lixo, a pomba não esboçou qualquer reação enquanto era fotografada, contrariando sua natureza de se esquivar de humanos à distância.

“É como se nada mais importasse para ela, a não ser ver o filhote reagindo, mas ele morreu ali mesmo, diante dos meus olhos e aos pés da ave-mãe”, comentou o repórter-fotográfico Moisés Eustáquio.

“Seu desnorteio era tanto que a ave me permitiu aproximar a menos de dois metros dela, a ponto de eu achar que fosse algum monumento de pedra porque não se mexia, mas o dono da casa, seo João Aparecido, descartou isso. Ela é real e estava tentando salvar o filhote”, ressaltou o repórter.

“A pomba só reagiu mesmo quando a lente estava a aproximadamente um metro da cena e voou para uma antena de TV de uma casa do outro lado da rua, permitindo o registro do filhote já sem vida”, concluiu o fotográfo.

 PERFIL

Com nome científico Patagioenas picazuro, o pombão é uma ave columbiforme da família Columbidae. Conhecido pelos nomes populares de: asa-branca, legítima, legítima-mineira, pombo (a) do ar, pomba-trocal, pomba-trocaz, pomba-carijó (RS) e pomba-verdadeira. Quando em voo, a principal característica da espécie é a faixa branca na parte superior das asas.