Folha da Região Ronaldo Galdino/foto moises eustaquio -18/07/2018 18:59
O vereador Mário Henrique Cardoso, o Mário Gay (PPS), se tornou
réu em ação civil na qual é acusado de assediar sexualmente um ex-assessor de
21 anos, que ele nomeou para seu gabinete na Câmara de Andradina. O pepessista
pode recorrer da sentença, que recebeu a inicial do processo com a denúncia
feita pelo Ministério Público.
Segundo a
Promotoria de Justiça, o parlamentar teria ameaçado o rapaz de exoneração, caso
se recusasse a manter relações sexuais com ele. Os assédios teriam ocorrido
pessoalmente, por mensagens pelo Whatsapp e outras redes sociais. O ex-assessor
registrou boletim de ocorrência e foi demitido em seguida pelo vereador. Ele
trabalhou no gabinete do pepessista de março a julho do ano passado.
A ação foi
proposta pelo MP após a instalação de uma CEI (Comissão Especial de Inquérito)
no Legislativo para investigar quebra de decoro por parte de Mário Gay. O
pedido de apurações foi feito pelo partido do vereador, em Andradina, por meio
do presidente Osvaldo Ordone.
A solicitação
de CEI dizia que o ex-assessor foi obrigado a abandonar a faculdade em razão
das chacotas que passou a sofrer depois que as notícias do assédio sexual foram
amplamente divulgadas. O PPS relatou que o jovem foi diagnosticado com
depressão, sendo que o vereador já teria sido condenado criminalmente pelo
assédio, em processo que tramita em segredo de Justiça.
“Comete ato
de improbidade administrativa aquele que comete assédio moral e sexual no
ambiente de trabalho, prevalecendo-se da condição de superior hierárquico em
relação à vítima. Agindo assim, o servidor (agente político) apresenta
comportamento incompatível com a moral inerente ao exercício do cargo/função,
portando-se de maneira inadequada perante seus colegas de trabalho ou
subordinados, assediando-os”, afirmou a Promotoria na denúncia.
PENAS
As penas previstas para casos de improbidade administrativa são: cassação do
mandato após o trânsito em julgado da ação; suspensão dos direitos políticos;
pagamento de multa civil; ressarcimento do dano causado (se houver); e
proibição de contratar com o poder público.
Mário Gay
protagonizou outras polêmicas neste ano no Legislativo de Andradina, como
ameaças a munícipes e jornalistas. Em 5 de fevereiro, durante sessão ordinária,
o parlamentar agrediu fisicamente um repórter que fazia a cobertura dos
trabalhos dos vereadores. O pepessista não fala com a Folha da Região sobre o
assunto.