g1 -10/01/2019 14:40
O médium João de Deus, de
77 anos, e a mulher dele, Ana Keyla Teixeira, de 40, foram indiciados pela
Polícia Civil por posse ilegal de armas. A informação foi divulgada na manhã
desta quinta-feira (10), durante coletiva concedida pela delegada Karla
Fernandes, em Goiânia. Ela também anunciou o fim da força-tarefa da corporação
criada para investigar as denúncias contra o religioso.
O G1 entrou em contato com os advogados
de João de Deus e Ana Keyla às 11h15 desta quinta-feira, por mensagem, e
aguarda retorno.
Veja um resumo sobre a situação de João de Deus:
Ação na Justiça: João de Deus já virou réu após
denúncia do Ministério Público por violação sexual e estupro de vulnerável (o
processo cita 4 vítimas);
Investigação: a Polícia Civil indiciou o médium
por apenas um caso de violação sexual mediante fraude. O caso é mesmo já
incluído na denúncia do MP. Agora, ele foi indiciado outra vez pelo mesmo
crime;
Investigação: a polícia também indiciou João de
Deus por posse ilegal de armas. O MP deve analisar o caso e decidir se
apresenta denúncia à Justiça.
Agora, os inquéritos são enviados para o Poder
Judiciário, que encaminha para análise do Ministério Público, que pode oferecer
a denúncia, pedir o arquivamento ou solicitar novas diligências policiais. Se
houver denúncia, a Justiça pode aceitá-la ou não. Aceitando, o denunciado vira
réu e será condenado ou absolvido pela Justiça.
O médium foi preso após as denúncias de abusos
sexuais durante os atendimentos espirituais que realizava. Ele está detido no
Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na Região
Metropolitana da capital. João de Deus sempre negou os crimes.
"A força-tarefa da Polícia Civil encerrou
todos os seus procedimentos porque já foram indicados em dois [casos] por posse
ilegal de arma tanto o João de Deus, como a esposa dele, Ana Keyla, uma vez que
ambos moram nas mesmas residências, tanto de Abadiânia, como Anápolis. Nas
duas cidades houve apreensão de armas de fogo", afirmou a delegada.
Sobre as armas, um dos advogados de João de Deus,
Alex Neder, disse que o médium relatou em depoimento à polícia, na cadeia,
que as
armas eram de pessoas que queriam tentar se matar ou como “garantia”
de empréstimos.
De acordo com a delegada, a força-tarefa deve ser
finalizada nesta semana. Só ficará em aberto a investigação de lavagem de
dinheiro, devido aos mais de R$ 1,6 milhão encontrados escondidos em imóveis do
médium, e da origem das pedras preciosas.
Os delegados da Delegacia Estadual de
Investigações Criminais devem concluir esses procedimentos após a conclusão de
laudos periciais.